quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PASO DE LOS LIBRES - ARGENTINA

Paso de los Libres, mais conhecida pelos uruguaianenses como Libres, é uma cidade Argentina da província de Corrientes, na fronteira com o Brasil, na margem ocidental do Rio Uruguai. A cidade é relativamente pobre e, segundo o censo de 2001, possui 43.805 habitantes. Para os brasileiros seu principal ponto turístico é a vista para a cidade brasileira de Uruguaiana, com a qual faz fronteira e é ligada através da Ponte Internacional Uruguaiana-Paso de los Libres. Na cidade de Libres estão localizados restaurantes apreciados pelos uruguaianenses, com destaque para as parrillas e massas, La Farola e e Don Alejandro. Também há o cassino Rio Uruguay, muito frequentado por brasileiros. Outro grande atrativo da cidade para os brasileiros é fazer compras, com destaque para queijos, cervejas - vendidas em garrafas de um litro, azeites de oliva, vinhos, alfajores, torrones e roupas. Todos esses produtos são de qualidade muito superior aos similares brasileiros e os seus preços são mais convidativos.
Visitando a cidade pude observar que a valorização da arte e cultura é bem forte, pois a intendência (prefeitura) da cidade cria espaços em toda a cidade para exposição de painéis artísticos criados por artistas do mundo inteiro.
Esse projeto foi projetado pela artista plástica Cristina del Castillo, a partir de 2004 em criou murais com criações pessoais.
A artista convidou artistas do mundo inteiro a enviar uma placa de cerâmica feita a mão com um tema livre, sem descriminação e sem nenhum custo.
Respondendo a convocação, 1500 artistas da Argentina e do estrangeiro realizaram suas obras para o projeto de arte coletivo: “Placas de Artistas”.


Placas de Artistas

No mural, o individual passa a formar parte de um todo adquirido um novo significado.
Os murais foram instalados em vários lugares da cidade de Paso de los Livres, na província de Corrientes, Argentina.
Foram realizadas três edições do projeto, 2004, 2007 e 2009, nelas participaram 1500 artistas de 37 países.
Os países participantes através de seus artistas, mostram com as Placas de Artistas, a queda das barreiras em que colaboram com a vontade participativa de um mundo ansioso por igualdade de oportunidades e principalmente de paz.
Os murais contribuem também para o acesso à produção artística regional e internacional.
Seria importante que pensássemos um projeto semelhante para nossas praças e que fizéssemos uma campanha com os artistas locais e convidados internacionais.
Farei um projeto baseado no Placas de Artistas na E. E. Otto de Brito Guerra onde os artistas serão meus alunos do ensino médio.

Escultura de um embrião no interior de um ovo

Área cercada onde os artesãos fazem exposições permanentes na praça San Martín

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

VISITANDO URUGUAIANA - RS

As Vanildes às margem do rio Uruguai - clube do Cantão

Dia 25/12 saímos minha mãe e eu, para visitar familiares na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul.
Essa história começou no final dos anos1950 quando Walter Machado, irmão de minha mãe, era fuzileiro naval e foi designado para trabalhar na fronteira Brasil/Argentina. Nesse período conheceu Nicolarsa, com quem casou.
Walter gostava muito de sua irmã Vanilde e, para homenageá-la, colocou seu nome na primeira filha do casal. A criança não sobreviveu, então, quando a segunda filha nasceu, ele voltou a colocar o nome de Vanilde.
No inicio dos anos 1960 minha mãe iniciou uma correspondência com sua sobrinha Vanilde, na época ela estava com 4 anos e sua primeira carta foi um desenho de um coelhinho da páscoa. A partir daí elas nunca mais pararam de se comunicar.
A história dessa amizade ultrapassou o tempo e as novas tecnologias, pois a correspondência iniciou através de cartas, quando apareceu o telefone, na década de 1970, o contato foi, também, através do telefone. Atualmente elas falam diariamente, na internet.
Minha mãe realizou seu maior sonho: conhecer a sobrinha querida. Quando chegamos a Uruguaiana foi uma verdadeira festa. Elas estavam muito felizes. Até hoje ainda não acreditam que estão juntas e que realizaram esse encontro tão esperado.
A fundação de Uruguaiana deu-se em 24 de fevereiro de 1823, e a emancipação política e administrativa em 29 de maio de 1846.
O município nasceu sob a proteção da Bandeira Farroupilha, fundada pelo Ministro da Fazenda Riograndense, Domingos José de Almeida, julgando necessário a instalação de uma povoação à margem esquerda do Rio Uruguai, fronteira com a Argentina.
Pelo Decreto nº21 de 24/02/1823, foi criada uma capela denominada Capela do Uruguai A nova freguesia, chamava-se no início Santana do Uruguai, porém pela lei provincial nº 58, de 29 de maio de 1946, foi elevada a categoria de vila, a qual passou a chamar-se Uruguaiana.
Sua base econômica é a agricultura e a pecuária, com 80 mil hectares de arroz, e possui o maior rebanho de gado do Estado.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PHILARMÔNICA 12 DE OUTUBRO

No jornal "O Ceará-Mirim", publicado todos os domingos, onde era redator chefe o sr. Antonio Alves, na edição nº 38, de 13 de outubro de 1912, encontrei a seguinte notícia:
" Mais um anno de sua fundação completou, hontem, a banda musical "12 de Outubro", havendo por esse motivo animadas festas.
Ao som estridente de uma salva de 21 tiros (*), a "12 de Outubro" rompeu a alvorada, provendo, em seguida uma passeata. A tarde. fez retreta na Praça Augusto Severo e, a noite tiveram logar animadas dansas em casa de residencia do director da Philarmonica Venerando Consentino, promovidas pela classe caixeira!, as quaes se prolongaram até as duas da madrugada.

(*) Será a salva de 21 tiros referentes a 21 anos de idade??? Se for, a banda 12 de Outubro teria sido fundada em 12 de outubro de 1891!!!

CENTRO ESPORTIVO E CULTURAL

Em pé: Gibson, Marcel, Carlos Lopes, Ubiratan, Varela e Carlos Junior
Embaixo: João Bosco, Domingos, Carlos Sobral e Quinho

Dia 18 de dezembro o Centro Esportivo e Cultural realizou sua confraternização com seus diretores e respectivas esposas.
O encontro foi realizado na área de lazer da residência do presidente Ubiratan Severo.
O Centro Esportivo e Cultural iniciou suas atividades a partir de 1938, quando jovens abnegados fundaram a instituição, foram eles: Antonio Potengi, Jurandir Carvalho entre outros.

A diretoria atual iniciou suas administrações a partir de 1996 tendo como primeiro presidente Carlos Sobral. A partir de 1996 foram presidentes Carlos Sobral, Domingos Barreto, Edmarcos Moreira, Paulo Roberto França (dois mandatos) e Ubiratan Severo (dois mandatos).

Na proxima reunião será definida a nova chapa para o biênio 2011/2012. Esperamos que possamos realizar um bom trabalho em prol da preservação daquele patrimônio histórico e cultural de Ceará-Mirim.

Na última assembléia foram integrados ao grupo os senhores João Bosco, Ricardo Miranda e Macell Bezerra.
Fernanda Rafaela, Minininha, Rosa, Fatima Fagundes e Irajanne

FÉRIAS...


Essa caravela foi presente do saudoso amigo e mestre Raimundo. Ele montou o barco pacientemente e, quando partiu para o outro lado, sua companheira me fez a doação dizendo que tinha certeza que o mestre gostaria que o barco ficasse comigo.

A nau estava um pouco desgastada, as peças se quebram, as linhas ficam frouxam, e as velas cobertas pelapoeira. Hoje decidi colocá-lo na oficina e iniciei o processo de restauração. Enfim, terminei o trabalho!!! O mestre está feliz em vê-lo quase novo!!!!

A INTRIGA DO BEM

Eliel Silva, Pedro Simões, Gibson Machado e Lucia Helena Pereira


Dia 07 de dezembro fui com o amigo Eliel ao lançamento do “livro A intriga do Bem” do grande mestre Pedro Simões.
O livro A Intriga do Bem trata de perfis de amigos e amigas de Pedro Simões que ele romanticamente descreve com admiração, como ele mesmo diz no breviário do livro:
Gibson Machado, Alice Brandão e Pedro Simões

O mestre de todos os potiguares, nordestino e brasileiros, Luís da Câmara Cascudo, disse certa vez que são muitos os que se ocupam em falar mal e poucos os que cuidam da intriga do bem.
Estes “perfis” servem à intriga do bem. Trato de alguns amigos e amigas que tive a fortuna de (re)colher ao longo do tempo. Aprendi a admirá-los pela preciosa e rara essência espiritual. Não são bons por serem meus amigos, são meus amigos por serem bons e originais nas suas individualidades.
São, sobretudo, humanos. Neles não reside o mítico, nem o lendário. São construções imperfeitas que lograram superar-se. São ícones multifacetados, com certos ângulos assimétricos, de incompreensível assimilação, de tal modo que só uma câmara que alcance grandes angulares e sensibilidade na perfeita captação da imagem sutil pode revelá-los e exibi-los num contexto de claridade e nitidez compreensíveis.
Não sei se consegui, mas tentei amostrá-los a partir do perfil mais fotogênico, sob a adequada exposição à luz – uma foto de efeito Kirlian, que revelasse as suas auras, a visibilidade da alma de cada um.

Pedro autografando seu livro intriga do bem

O lançamento aconteceu no salão do SESC da cidade e estava muito aconchegante. Muitos amigos estavam prestigiando o autor.
Havia muitas pessoas de Ceará-Mirim que estão ausentes da cidade, famílias que ajudaram a construir nossa província como os Brandão, Correa, Pereira, entre eles encontrei amigos como Emerson (Xuxa) filho do ex-prefeito Aderson Eloy, Iran Costa, Lucia Helena Pereira, Franklin Jorge, Inacio Magalhães de Sena, Bartolomeu Correia de Melo e sua esposa. Tive a enorme satisfação de ficar com meu amigo Bartola numa noite agradabilíssima, onde conversamos muito e colocamos alguns assuntos baquipianos em dia.
O evento foi, também, a exposição da artista plástica cearamirinense Alice Brandão. A obra de alice revela seu alto nível artístico em que pôde mostrar suas habilidades como hiperrealista, nos quadro dos perfilados do livro a intriga do bem. É impressionante como nossa artista maior viaja no imaginário através de sua arte quando apresenta obras retratadas como releituras do grande mestre Picasso.
Fique muito feliz porque entre as obras expostas havia algumas que foram baseadas em fotografias tiradas por mim em Ceará-Mirim.
No folder Alice Brandão: uma pintura feita de paixão e memória, Pedro Simões diz que a obra de Alice revela registros importantes até mesmo para o cenário artístico internacional, com suas “releituras” do genial Picasso. Mas, continuo provinciano e irremediavelmente preso na gaiola esverdeada da terra dos canaviais, com os olhos furados que nem Assum Preto da música de Luis Gonzaga, para só me valer da memória do que colhi na minha infância e adolescência.
Por isso reverencio o conjunto da obra da “minha artista predileta” como ela própria costuma dizer por mim mesmo (e é verdade) mas guardo nos meus arquivos e no mais profundo da minha alma de também artista, as “leituras” que ela faz das suas raízes cearamirinenses.
Aliás juntamo-nos os três, ela, Gibson Machado – um emérito cearamirinense devotado à preservação da memória “canavieira – e eu, e planejamos a “casa da memória visual do Ceará-Mirim”, reunindo telas da artista e o acervo iconográfico de Gibson. Quem viver, verá.
Pedro Simões

ANTES E DEPOIS DA FACULDADE

COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER ANTES DE ENTRAR NA FACULDADE:

01. Não importa o quão tarde é a sua primeira aula, você vai dormir durante ela;
02. Você vai mudar completamente e nem vai notar;
03. Você pode amar várias pessoas de maneiras diferentes;
04. Alunos de faculdade também jogam aviões de papel durante as aulas;
05. Se você assistir às aulas calçado, todo mundo vai perguntar por que você foi tão chique para a faculdade;
06. Cada relógio no prédio mostra um horário diferente;
07. Se você era inteligente no colegial... azar o seu!
08. Não importa tudo o que você prometeu quando passou no vestibular, você vai às festas da faculdade, mesmo que sejam na noite anterior à prova final;
09. Você pode saber toda a matéria e ir mal na prova;
10. Você pode saber nada da matéria e tirar dez na prova;
11. A sua casa é um ótimo lugar para se visitar;
12. A maior parte da educação é adquirida fora das aulas;
13. Se você nunca bebeu, vai beber;
14. Se você nunca fumou, vai fumar;
15. Se você nunca transou, vai transar;
16. Se você não fizer nada disto durante a faculdade, não fará nunca mais na vida, a não ser que você faça uma nova faculdade;
17. Você vai se tornar uma daquelas pessoas que seus pais falaram para você não se meter com elas;
18. Psicologia é, na verdade, biologia;
19. Biologia é, na verdade química;
20. Química é, na verdade física;
21. Física é na verdade matemática;
22. Ou seja, mesmo depois de estudar anos, você não vai saber nada;
23. Que sentir depressão, solidão e tristeza, não são frescuras de quem não tem o que fazer;
24. Você sempre vai prometer que no próximo semestre você vai estudar mais, farrear menos, mas que sempre acontecerá o contrário;
25. As únicas coisas que compensam na faculdade são os amigos que você fará lá;
26. Você não verá a hora de terminar a faculdade;
27. E quando terminar perceberá que foi a melhor época de toda a sua vida.

QUANDO A FACULDADE TERMINA OS SINAIS DE QUE VOCÊ NÃO ESTÁ MAIS NA FACULDADE ACONTECEM QUANDO:

01. Fazer sexo em cama de solteiro é um absurdo;
02. Há mais comida do que cerveja na sua geladeira;
03. 6:00 h da manhã é quando você acorda, e não quando vai dormir;
04. Você escuta a sua música preferida num elevador;
05. Você carrega um guarda-chuva e dá a maior importância para a previsão do tempo;
06. Seus amigos se casam e se divorciam ao invés de ficarem e terminarem;
07. Suas férias caem de 130 para 15 dias por ano;
08. Calça jeans e camiseta não são mais consideradas vestimenta;
09. É você que chama a polícia porque a mulecada do vizinho não sabe como abaixar o som;
10. Você não sabe mais que horas os auto-lanches fecham;
11. Dormir no sofá te dá uma puta dor nas costas;
12. Você não tira mais aquele cochilo do meio-dia as 6 da tarde durante semana;
13. Você vai à farmácia comprar um remédio para a dor de cabeça e antiácidos ao invés de camisinhas e testes de gravidez;
14. Você come as comidas do café da manhã na hora do café da manhã;
15. Mais de 90% do tempo em que você passa em frente a um computador, você está trabalhando de verdade;
16. Você não bebe mais sozinho em casa antes de sair para economizar dinheiro antes da noitada;
17. E o mais importante.. . Você não tem tempo sequer de ler um e-mail como este e aproveitar para passá-lo para seus velhos amigos, para que eles lembrem que também estão velhos e os bons tempos da faculadade já eram...

O TEMPO PASSA DEPRESSA DEMAIS!!!!
--
Daniel Pacheco Figueiredo
Letras - UFC

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O ÚLTIMO DISCURSO



É simplesmente fantástico... arte e genialidade de mestre!!
O ÚLTIMO DISCURSO


Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá”.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

Eis aqui um texto atualíssimo, que seria uma boa mensagem para alguns “senhores da guerra” espalhados pelo nosso planeta.

Este texto é tão recente que teve sua estréia declaratória em Nova York no dia 15 de outubro de 1940, dito por Adenoid Hynkel (uma sátira a Adolf Hitler), em uma maravilhosa cena do filme O Grande Ditador (The Great Dictator), com Charles Chaplin. No final daquele ano, a Associação de Críticos de Cinema de Nova York o elegeu como melhor ator.

Por incrível que pareça este discurso do filme foi um dos motivos pelo qual Chaplin seria expulso dos Estados Unidos alguns anos mais tarde.

Eis um discurso, chamado de “o último”, que entrou para história e ainda serve, e vai servir, de reflexão para aqueles que acreditam na solução pela guerra.

Cesar Romão
www.cesarromao.com.br

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ECOARTE PAPEL RECICLADO.avi



Vídeo da oficina de reciclagem de papel na Escola Municipal Dr. Julio Senna em Ceará-Mirim/RN em 17/11/2010.

10ª FECIMAS - 2010

Banner com homenagens a mim e Franklin Marinho
Nos dias 25 e 26 de novembro a Escola Municipal Professora Maria Ester Paiva em Massangana, realizou a FECIMAS/2010, com a temática; "Ceará Mirim: tempo e espaço da cultura potiguar.", a escola pretendeu provocar uma reflexão sobre o patrimônio histórico e cultural do município, lançando um olhar de preocupação, indignação e inquietação como estão sendo tratados os aspectos da cultural local, ao mesmo tempo também comemora parcerias inéditas como a do SESC-RN que também está se juntando a este grande projeto educativo e social que é desenvolvido pela EMEP e agora completa uma década de muito sucesso , responsabilidade e credibilidade, juntam-se também a esse ideal já alguns anos, a BRASECO e a CBTU , além de outras instituições que acreditam no poder da transformação social pela via da educação.
A décima edição da Fecimas - Feira de Conhecimentos e Integração de Massangana foi encerrada na sexta-feira, 26/11/2010 com as palestras interativas da Braseco S/A. e da CBTU, a
ntes das palestras , alunos da Educação Infantil e Fundamental - anos iniciais:( 1º ao 5º ano) presentearam o público presente no evento, com diversas apresentações teatrais com releituras de obras clássicas da literatura infantil e juvenil; ( Branca de Neve, Os três porquinhos, A linda Rosa Juvenil, O Nascimentro de Cristo, A felicidade das Borboletas, etc). O dia foi de muitas alegrias e fortes emoções, pela manhã, aconteceu um bate papo com o memorialista local Flanklin Marinho e os alunos do 9º ano da escola, no início da tarde Flanklin Marinho e o pesquisador e professor Gibson Machado foram homenageados por alunos e professores do turno noturno como ícones da cultura cearamirinense. Segundo a organização do evento, a participação da comunidade foi maciça e de fundamental valor." Muitas pessoas visitaram os estandes produzidos pelos alunos, as exposições de Nísia Floresta e João Cândido e participaram ativamente das palestras de Educação, Saúde e Cultura, mais uma vez a EMEP cumpre seu papel com a comunidade local, a gente fica muito feliz quando isso acontece, é uma resposta positiva da sociedade ao trabalho desenvolvido pela instituição escolar". comenta a gestora da escola, profª Marta Pessoa, que em nome da Escola agradece e divide com todos os alunos, professores, funcionários, colaboradores e parceiros o sucesso do projeto.
Fico muito lisonjeado quando convidado para participar de eventos culturais e palestras nas escolas de Ceará-Mirim. É uma emoção constante porque é o reconhecimento do esforço por aquilo que lutamos e, também, é a certeza que as sementes plantadas estão começando a brotar, refazendo e reinventando um novo caminho.
Fui à Massanganda para falar a respeito da cultura popular de Ceará-Mirim representados pelos seus folguedos, costumes, artesanato, lendas, culinária, medicina popular e tantas outras tradições. Contribuímos, também, com a exposição fotográfica que tinha sido realizada no concurso de fotografias Dr. Julio Gomes de Senna produzido pelos alunos da rede de ensino de Ceará-Mirim: E.E. Otto de Brito Guerra, E.M. Dr. Julio Gomes de Senna e SECAT – Centro de Ensino Casa da Titia.

Exposição Concurso Julio Gomes de Senna - 2010

Fiquei bastante emocionado quando descobri que a escola tinha feito uma homenagem a minha pessoa como ícone da cultura cearamirinense, é muita responsabilidade para esse humilde professor e guardador da memória de Ceará-Mirim, principalmente, porque a homenagem estava sendo prestada ao lado do grande mestre Franklin Marinho, essa figura que é, atualmente, a maior “enciclopédia” viva de nossa província do baquipe. Agradeço de coração a escola e me disponho a quando necessitarem estarei à inteira disposição.
São projetos como o da Escola Municipal Maria Ester Paiva de Massangana que provam que é possível fazer uma educação de qualidade através de ações junto à comunidade. É a escola sair de dentro dos muros e conquistar a confiança dos parceiros que estão de braços abertos para contribuir na formação de nossos estudantes.
Parabéns a todos que participaram direta e indiretamente da FECIMAS/2010.

Grupos que encenaram os contos infantis tradicionais

OFICINA PAPEL RECICLADO

Professores e alunos

Dia 17 de novembro fui convidado para realizar oficina de papel reciclado na Escola Municipal Dr. Julio Senna. Para a execução da oficina convidei a arte-terapêuta Noelma Thiago a fim de colaborar durante o processo. A oficina estava relacionada à culminância do projeto de meio ambiente trabalhado com os alunos, cujo encerramento se deu, através de uma feira de conhecimentos.
A escola estava muito movimentada com várias oficinas de matemática, reaproveitamento alimentar, papel reciclado, entre outras.
A oficina teve uma inscrição de uns vinte alunos que participaram efetivamente das atividades. Iniciamos fazendo uma breve explanação a respeito da origem do papel e a importância de sua reutilização como forma de preservar o meio ambiente. Em seguida fizemos uma pequena amostra do que pode ser feito com o papel produzido, dando novas utilidades através de envelopes, capa de cd, sacolas, pastas de arquivo, etc.
A equipe da Escola Municipal Dr. Julio Gomes Senna está de parabéns por desenvolver atividades educativas tão importantes na construção de novos conhecimentos, além de oportunizar outros professores de colaborarem e divulgar suas atividades.

Alunos picotando o papel

Professor Gibson - orientando os alunos

Demonstrando como colocar e retirar a peneira com polpa de papel
Alunos retirando o papel

Professora Noelma demonstrabdo como fazer um molde de envelope

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Recebi essa crônica natalina do amigo Osmuz Simonetti. Resolvi dividí-la com nossos leitores. Boa Reflexão!!!
Monólogo do Natal

Aldemar Paiva


Eu não gosto de você, Papai Noel!
Também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia.
Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humildade, jogavam pedra nessa fantasia.
Você talvez nem se recorde mais.
Cresci depressa, me tornei rapaz, sem esquecer, no entanto, o que passou.
Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente e a noite inteira eu esperei, contente.
Chegou o sol e você não chegou.
Dias depois, meu pobre pai, cansado, trouxe um trenzinho feio, empoeirado, que me entregou com certa excitação.
Fechou os olhos e balbuciou: “É pra você, Papai Noel mandou”.
E se esquivou, contendo a emoção.
Alegre e inocente nesse caso, eu pensei que meu bilhete com atraso, chegara às suas mãos, no fim do mês.
Limpei o trem, dei corda, ele partiu dando muitas voltas.
Meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez.
O resto eu só pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade.
Meu pai chegou um dia e disse, a seco: “Onde é que está aquele seu brinquedo?
Eu vou trocar por outro, na cidade”.
Dei-lhe o trenzinho, quase a soluçar e, como quem não quer abandonar um mimo que nos deu, quem nos quer bem, disse medroso: “O senhor vai trocar ele?
Eu não quero outro brinquedo, eu quero aquele.
E por favor, não vá levar meu trem”.
Meu pai calou-se e pelo rosto veio descendo um pranto que, eu ainda creio,
Tanto e tão santo, só Jesus chorou!
Bateu a porta com muito ruído, mamãe gritou; ele não deu ouvidos. Saiu correndo e nunca mais voltou.
Você, Papai Noel, me transformou num homem que a infância arruinou. Sem pai e sem brinquedos.
Afinal, dos seus presentes, não há um que sobre para a riqueza do menino pobre que sonha o ano inteiro com o Natal.
Meu pobre pai doente, mal vestido, para não me ver assim desiludido, comprou por qualquer preço uma ilusão e, num gesto nobre, humano e decisivo, foi longe pra trazer-me um lenitivo, roubando o trem do filho do patrão.
Pensei que viajara, no entanto, depois de grande, minha mãe, em prantos, contou-me que fora preso.
E como réu, ninguém a absolvê-lo se atrevia.
Foi definhando, até que Deus, um dia, entrou na cela e o libertou pro céu.

sábado, 4 de dezembro de 2010

ACESSOS NO MÊS DE NOVEMBRO 2010

Agradeço a todos que visitaram o blog no mês de novembro e solicito que comentem e se identifiquem para sabermos quem são nossos fieis leitores.

Visualizações de página por país

Brasil 2.404

Estados Unidos 42

Portugal 39

Bolívia 10

Holanda 9

Rússia 6

Alemanha 2

Espanha 2

Reino Unido 2

Itália 2

OH, CISNE SE FOSSES FÊNIX

Amigo Júnior, tomei a liberdade de copiar o poema para que pudesse compartilhar a minha indignação e tristeza em relação ao velho solar. O fiz ilustrando com fotografias feitas por mim em recente visita à ruína do Musei Nilo Pereira.
OH, CISNE SE FOSSES FÊNIX

Cisne branco que como rosa és verde
Que de tão verde, tinges o vale.
Que como homem és rio, Nilo.
Que como casa és abandono.

Teu semblante é pálido e melancólico
Teu cenário, tão escuro;
Porque tudo é desordem no escuro da ausência sobre tudo de cores vivas.
Teu tema é silencioso, abandono.
Teus brancos galgos, onde estão?
Acaso te abandonaram teus fies guardiões?
E teus deuses alvejantes? Não os vejo mas acimados em teu platibanda!
Morada dos Deuses,acaso o Olimpo revoltara-se contra vós, e todos abandonaram-te.

E as grades que te protegiam?
Acaso dá corpo aquele maciço descomunal de ferragens retorcidas?
Tuas folhas de janelas, teus almofadados de portas, tuas vidraças estilhaçadas,
Agora tudo se amontoa em um volume colossal.

Não és, mas uma construção; estas repartida, fundida, fragmentada.
Aqui um cômodo, ali outro e acolá um corredor, que já não liga teus cômodos;
Triste sina de lugar que não foi bastante amado.
Parece suplicar, reivindica por devolver-lhes de longe os gestos esquecidos.

Acoberta o quadro o avanço vegetal,
O canavial cumpre seu papel em prol daqueles que o semearam,
Assume a função de cortina vulgar de decência,
Disfarçando a nudez dolorosa de vossa ruína.


Se cerro os olhos e ao passado incorporo,
Encontro-vos em minhas lembranças de visão infantil,
Tão nobre, tão senhorial.
Se desperto, não torno mais a ver-te, estranha morada.

Oh casa se te respeitassem!
Oh rosa se te regassem!
Oh cisne se fosses fênix!

ANTÔNIO AUGUSTO JÚNIOR

ENCONTRO DAS FAMÍLIAS SOBRAL E CORREIA

Eu (agregado dos Sobral) entre os brasões Correia e Sobral
ENCONTRO SOBRAL/CORREIA
Ceará-Mirim/RN – 2010

Em 14 de novembro de 2010 as famílias SOBRAL e CORREIA realizaram o primeiro encontro na cidade de Ceará-Mirim-RN. O evento aconteceu no Centro Esportivo e Cultural, clube tradicional, que foi construído com a ajuda dessas famílias que sempre estiveram presentes na instituição.
A abertura do encontro foi feita por Paulinho Sobral que deu boas vindas a todos os presentes, uma vez que havia mais ou menos umas 250 pessoas, entre Sobral e Correia. O encontro foi uma ideia de Antonio Sobral Correia que viu a necessidade de confraternizar e aproximar as famílias. A sugestão foi discutida e definiu-se a comissão organizadora que foi composta por Carlos Sobral, Luciano Sobral e Paulo Sobral.
Comissão organizadora: Luciano Sobral, Paulinho Sobral e Carlos Sobral.

Foi convidado o novo pároco de Ceará-Mirim, Padre Bianor, para fazer uma oração a fim de que o encontro fosse realizado com muita amizade, paz, fraternidade e, em suas palavras, ele falou da importância do encontro, pois, normalmente as famílias juntam-se em momentos de tristeza quando sepultam seus entes queridos. É necessário que haja esse tipo de confraternização porque é uma maneira dos jovens interagirem com os mais velhos e, assim, haver uma troca de conhecimentos, principalmente quando frisou que se os jovens pudessem compreender as experiências dos mais velhos e os mais velhos compreendessem a dinâmica e criatividade dos mais novos o mundo seria diferente e as famílias, certamente, preservariam suas tradições.
Os irmãos Itapuam e Arary Sobral
Os irmãõ Ieda e Arary Sobral - Ieda recitava poesia
Os filhos de Oscar Sobral, Arary e Itapuan, naturais de Mauriti, no Ceará, falaram sobre a importância de estarem presentes naquele momento tão sonhado. Arary estava muito feliz porque era um sonho conhecer as raízes de sua família, o berço onde nasceu seu pai e, emocionado, disse que morreria feliz. Sua irmã fez uma homenagem a todos os filhos de Ceará-Mirim presentes com um poema – muito bonito – de um norte-riograndense. Itapuan falou um pouco de sua família e da importância de Dr. Oscar Sobral no desenvolvimento sócio-econômico de Mauriti no Ceará. Oscar era farmacêutico, formado pela Universidade da Bahia, no entanto, fazia o papel de médico, dentista, parteiro, boticário, de tudo ele fazia e, dessa forma, foi responsável pelo nascimento de toda uma geração de mauritienses.
Gustavo Sobral – filho de Paulinho Sobral apresentou um pequeno histórico sobre a origem dos Sobral em Ceará-Mirim e distribuiu uma plaquete com o histórico dos Sobral.

Major Pedro de Oliveira Correia e família

A família Correa estava representada por Luiza Correa que falou do patriarca da família, João Evangelista, e de seu descendente Major Oliveira, Pedro de Oliveira Correia, importante pecuarista e senhor de engenho do vale do Ceará-Mirim, homem de fibra, político honesto, probo, que, segundo Luiza, tirava dinheiro do seu bolso para aplicar na prefeitura, exemplo que deveria ser seguido pelos atuais prefeitos. O major foi o primeiro prefeito de Ceará-Mirim, na década de 1930. Seu descendente de maior atuação em Ceará-Mirim foi Vital Correira. Pecuarista, trabalhador, honesto e viril, caracterizando politicamente pela extrema fidelidade partidária, herdada de seus antepassados. Fiel defensor da sociedade de sua terra e não suportava ouvir qualquer agressão de palavras a ela sem que uma atitude máscula não fosse de chofre contraposta. Deu grande impulso à vida social da cidade, pela invariável alegria que trazia e pela costumeira colaboração que emprestava às solicitações de caráter comunitário. Luiza Correa - recitando "Minha Terra" de seu pai Wilson Dantas

Finalizando, Luiza Correa declamou o poema “Minha Terra” escrito por seu Pai Wilson Correa Dantas. O poema é uma viagem no tempo e o sentimento de amor pela terra aflora em cada verso, em cada estrofe, uma verdadeira declaração de amor
Falar das famílias Sobral e Correia lembra João Xavier Pereira Sobral e Pedro de Oliveira Correia, patriarcas que muito contribuíram para o desenvolvimento sócio-econômico do município.
A família Sobral surge em Ceará-Mirim a partir da chegada do português Francisco Xavier de Souza Sobral pelos idos dos anos 1800. Ele casou-se com Ana Joaquina Pereira Sobral. Dos filhos de Francisco Sobral, apenas Joca deixou descendência.
João Xavier Pereira Sobral – o Joca Sobral era proprietário do engenho Espírito Santo (Laranjeiras) antigo Engenho Grande. Era Coronel da Guarda Nacional, titulo dado pelo Imperador Pedro II.

Coronel João Xavier Pereira Sobral e familia

Casou em primeiras núpcias com Maria Amélia Fernandes Raposo de Melo, ficando viúvo, casou com a cunhada Maria Umbelina Fernandes Raposo de Melo. Os dois casamentos renderam-lhe vinte e dois filhos, sendo sete do primeiro casamento e quinze do segundo. Alguns filhos emigraram de sua cidade Natal para construir uma nova vida em outros lugares, como é o caso de Oscar Sobral que constituiu família em Mauriti no Ceará e Francisco Sobral em Juiz de Fora, MG. Muitos de seus descendentes estão disseminados por todo território nacional.
O velho Joca construiu seu patrimônio à custa de muito trabalho. Andava permanentemente de paletó com relógio de algibeira e nunca se separava de uma bengala, pois, mancava de uma perna, resultado de acidente com seu cavalo águas belas.
Levantava bem cedo para fiscalizar a lida do engenho. Costumava ir a Ceará-Mirim a cavalo, e sua montaria era exclusivamente montada por ele.
Apesar de sua situação econômica razoável não se envolvia na política, apenas torcia pelo seu partido. Fez parte do octonato que administrou a recém criada Ceará-Mirim em 1858.
Sua obrigação social era ir à missa todos os domingos, gostava de ler a Bíblia e era assinante do jornal A República, sua leitura predileta.
O encontro foi muito bem aceito, todos os presentes encontravam-se muito felizes, principalmente porque tudo estava muito bem organizado, a alimentação servida pelos fieis escudeiros de Carlinho Sobral e, não poderia deixar de citar, a grande performance do artista Joazinho Sobral – sem a banda Kairus – quem sabe no próximo a banda estará completa??.
A primeira experiência servirá para encaminhar novos encontros. Os filhos de Oscar Sobral, representados por Itapuan, estão se reunindo para que o próximo seja realizado na cidade de Mauriti no Ceará, como podemos ler no email enviado por ele a Paulo Sobral:
“Caro Primo Paulo e família
Em nome do Núcleo Oscar F. Sobral agradeço a acolhida que nos deram em Ceará-mirim. Foi uma festa grandiosa e maior ainda a nossa confraternização. O seu tio Oscar, numa carta a mim dirigida, dizia com todas as letras: "Precisamos unirmos para sermos fortes e respeitados". A nossa fortaleza vem, antes de tudo do Criador, e depois da nossa unidade. Gostamos demais. Tudo com fartura, até mesmo na nossa alegria e a nossa congregação, fato este que deveria ter-se realizado há anos. Estamos nos preparando para o II Encontro Sobral que, se Vocês ai concordarem, será realizado em Mauriti ou Barbalha.
Recomende-nos a todos. Um fraterno abraço..
Itapuan Sobral”.

Certamente iremos marcar presença e dar continuidade ao ciclo festivo.

Ana Lourdes Sobral, Gibson Machado, Flavia Sobral e Rafael Sobral

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

SARAU BAQUIPEANO VIRTUAL

Foto de minha filha Ana Lourdes


JORNADA

O sol passou
sobre dunas
e lagunas.
Pastoreou
nuvens e escunas,
tangendo o dia
na calmaria
no azul afora.
Na ave-maria,
espreguiçou
restos de hora...
E descambou,
ainda agora,
seus carmins
nos confins
onde mora.
Mas pincelou
cores de estio,
sobre as croas
e gamboas
do além-rio...

Bartolomeu
Correia de Melo

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A ESCRAVIDÃO NO VALE DO CEARÁ-MIRIM

A ESCRAVIDÃO NO VALE DO CEARÁ-MIRIM
Por Wellington Márcio Bezerra de Lima
CASA GRANDE DO ENGENHO TIMBÓ DE DENTRO (demolida)

A partir do século XV, na “Era dos Descobrimentos”, o conjunto territorial que futuramente formaria o Brasil foi transformado em colônia de Portugal. Tal empreendimento foi realizado através de uma política mercantilista, baseada no trabalho escravo, principalmente de negros africanos, traficados em navios tumbeiros que, pelos portos de Salvador, Recife e Rio de Janeiro, eram comercializados para o trabalho nos engenhos do Nordeste.
No Rio Grande do Norte, a vinda de escravos teve início no século XVI, porém foi somente durante o século XIX que houve o aumento de sua presença, em razão da ampliação da produção açucareira na Província. Os cativos, então provenientes do Maranhão, eram desembarcados em Mossoró, Areia Branca e Macau, e vendidos aos grandes centros produtores de açúcar, os municípios de Ceará-Mirim, São José de Mipibu, Goianinha e Canguaretama.
Em meados do século XIX, Ceará-Mirim despontou como um importante centro da monocultura canavieira. A fertilidade das terras do vale do Rio Ceará-Mirim proporcionou a instalação de mais de cinqüenta engenhos. Como conseqüência, a mão-de-obra escrava negra utilizada foi significativa, girando em torno de 3 mil escravos, sendo a maioria de origem angolana. Somente o Coronel Manuel Varela do Nascimento - Barão do Ceará-Mirim - proprietário do antigo Engenho São Francisco, fundado em 1857, chegou a possuir mais de 200 escravos, tratados com severidade.
A boa ou má fama do senhor era conferida aos senhores de engenho de acordo com os castigos aplicados à escravaria. As obras sobre a história de Ceará-Mirim, escritas com base em memórias, retratam a vida dos Engenhos Oitero, Verde Nasce e Timbó. O Tenente-coronel José Antunes de Oliveira e Victor de Castro Barroca, proprietários dos dois primeiros engenhos, ficaram conhecidos como senhores que mantinham relações amenas com os escravos, em especial os domésticos.
O Engenho Timbó, que pertenceu a Zumba, era visto como destino final de todo negro “ruim”, que porventura existisse nos demais engenhos do vale e redondezas. A ameaça de venda pelos senhores àquele local evidenciava o rigor indiscriminado no tratamento dispensado aos cativos da casa-grande e do eito. Tormentos e sofrimentos foram as características que marcaram o lugar e que repercutiram no imaginário popular, criando lendas e perpetuando ao longo do tempo a imagem negativa da crueldade de seus proprietários.
Durante a segunda metade do século XIX, o contingente de escravos negros foi declinando no município. Em 1855 eram apenas 1.126, pois com a Lei Eusébio de Queiroz, de 1850, proibiu-se o tráfico negreiro. Outro motivo foi a grande seca de 1877, que em todo o Rio Grande do Norte obrigou muitos senhores a venderem seus escravos para outras províncias. Por fim, com a campanha abolicionista, a partir da década de 1880, o número de negros em Ceará-Mirim, segundo dados da Sociedade Libertadora Norte Rio-Grandense de 30 de junho de 1884, era somente de 777, caindo para 201, às vésperas da abolição, de acordo com o boletim número 08, de 15 de abril de 1888.
Em Ceará-Mirim, a luta pelo fim da escravidão teve início em 05 de fevereiro de 1888, com a fundação da Sociedade Libertadora de Ceará-Mirim, por Francisco Sales de Meira e Sá. A propaganda em favor da abolição antecipou a libertação de alguns escravos, fato registrado na publicação quinzenal número 06, de 18 de março de 1888 da Sociedade Libertadora Norte Rio-Grandense, que noticiava a entrega da carta de liberdade, por Bernarda Varela Dantas – Baronesa do Ceará-Mirim – e por Alexandre Varela do Nascimento, seu filho, aos seus 18 últimos escravos.
O empenho das sociedades libertadoras apenas reforçou a longa resistência negra ao trabalho forçado. Em Ceará-Mirim isso aconteceu através das fugas dos escravos dos engenhos, que conquistaram a liberdade formando as comunidades de Coqueiros e Primeira Lagoa, antes de ocorrer a alforria geral de 13 de maio de 1888.

Fonte: Livro Ceará-Mirim Tradição, Engenho e Arte - 2005 - Sebrae - UFRN - Prefeitura de Ceará-Mirim.