sábado, 19 de maio de 2012


COLÉGIO DE SANTA ÁGUEDA


Em 1987 o Colégio de Santa Águeda comemorou o seu Jubileu de Ouro e, naquele ano, foi prestada uma homenagem ao fundador do colégio, o ex-prefeito de Ceará-Mirim, o senhor Mirabeau da Cunha Melo.
A escola era dirigida pela Irmã Maria Regina Pacis e, a programação pelo cinquentenário foi muito bem organizada entre os dias 27/08 a 04/10/1987. Show com o cantor Silvio Brito, abertura dos XV Jogos Internos, Sessão Solene com Seresta, Celebração Eucarística e apresentação do Coral da UFRN, Festa de São Francisco e apresentação da Orquestra Sinfônica do RN.
Durante a homenagem ao ex-prefeito Mirabeau da Cunha Melo, seu filho, professor Manoel Benício de Melo Sobrinho proferiu um discurso de agradecimento onde faz uma viagem no tempo, nos informando toda história da fundação do colégio.
Nestes 75 anos de fundação da instituição de ensino, é interessante que os cearamirinenses conheçam parte dessa história através do discurso no professor Manoel Benício de Melo Sobrinho, na sessão magna promovida no dia 02 de outubro de 1987:
“Esta solenidade marca um momento histórico no calendário desta cidade de Ceará-Mirim – O Cinquentenário da Fundação do Colégio Santa’Águeda.
Os acontecimentos têm sua crônica, o registro de circunstâncias, de fatos, de ocorrências que definem a época, identificam o ambiente e os impulsos humanos que fazem germinar as ideias, os projetos e afinal as realizações.
O acontecimento que se celebra nesta noite memorável e alegre, é muito grato ao povo acolhedor desta cidade e, particularmente cheia de recordações para quem viveu e acompanhou, embora ainda criança, os primeiros passos para a conquista e implantação deste empreendimento.
       
Foto provavelmente no início da década de 1940
No centro padre Amâncio Ramalho e irmã Gabriela


Tudo aconteceu em 1937. Meu Pai, Mirabeau da Cunha Melo, exercia a honrosa missão de governar Ceará-Mirim como prefeito nomeado e depois eleito pelo sufrágio de seu povo em eleição democrática e pacífica.
Naqueles anos, a receita modesta d prefeitura, originária de uma economia sacrificada pelas dificuldades de uma agricultura canavieira sem proteção oficial, e de um comércio limitado ao círculo carente da vida interiorana, não lhe alimentava a esperança de realização dos planos desejados para desenvolvimento do município e da cidade. Mas, jamais a compreensão, a convicção e a força de superar esse cenário de limitações, o inibiu de realizar, pelo menos, alguma das prioridades mais reclamadas pelo município. E sua iniciativa, na ordem dessas prioridades, levou-o a decidir pela implantação de um Colégio para a formação pedagógica dos jovens filhos da terra.
Lançada a ideia com propósitos firmes e obstinados, encontrou de imediato, como não podia deixar de acontecer, o apoio irrestrito da população e de suas forças de liderança.
Na época, a atividade escolar em Ceará-Mirim resumia-se ao ensino primário pelo Grupo Escolar. Além deste, algumas escolas particulares se  preocupavam também com o ensino primário e a preparação para os exames de admissão ao curso secundário nos Colégios de Natal. Dois nomes me sugerem indispensáveis menções por evocarem presenças luminosas de inteligência e dedicação pedagógica na paisagem cultural da Cidade de então. Ambos professores, escritores e poetas de rara sensibilidade e que inscreveram seus nomes além do cenário local para se projetarem à admiração e à exaltação do Estado e do país. Adelle de Oliveira, educadora nata e devotada de muitas gerações e Abner de Brito, espírito lúcido e de convicções filosóficas, dominando fluentemente o Francês e o Inglês com aprofundados conhecimentos da Língua Portuguesa e do Latim. Ambos, como disse, poetas e escritores, hoje presentes na saudade e no reconhecimento de quantos como eu, que receberam desses mestres inesquecíveis as lições introdutórias da formação para o trabalho e para a vida.
Nesse ambiente provinciano, o objetivo do idealizador do futuro Colégio Santa Águeda, consistia em favorecer o estudo em grau médio e profissionalizante aos jovens da terra que não tinham recursos para acompanhar outros jovens mais afortunados que se destinavam aos Colégios de Natal.
E assim foi pensado, assim haveria de ser feito. O Colégio a ser criado, segundo a sua vontade, teria a direção e responsabilidade didática de uma Ordem Religiosa, para que a educação pretendida, de formação profissional, para o magistério, fosse embasada na formação religiosa-cristã.

Não bastava simplesmente a criação de um Colégio na sua expressão simples, mas, para os objetivos idealizados, era preciso criar um educandário que, de par com o ensino específico como Escola Normal, concorresse, sobretudo, para a formação da personalidade dos jovens futuros alunos, imprimindo-lhes as noções dos valores reais e fundamentais da vida e da sociedade.
Uma formação que além de inspirar os elementos indispensáveis ao desempenho consciente do exercício profissional, contribuísse, paralelamente, para uma compreensão objetiva e equilibrada dos deveres morais, cívicos e religiosos, indispensáveis ao senso de responsabilidade e integridade profissional.
Só assim o projeto se completaria nos fins para cumprir sua missão, coerente com a vontade e propósito do seu idealizador.
Lembro-me, ainda, na evocação dos diálogos captados, inconvenientemente, pela curiosidade infantil, e mais tarde confirmadas por meu pai, que o nosso Bispo da época, Dom Marcolino Dantas, apesar do aval entusiasmado e confiante do Cônego Celso Cicco, vigário desta cidade, não se rendera fácil a ideia de responsabilizar uma ordem religiosa para a direção do Colégio. Achara o projeto audacioso e temia, prudentemente, por um insucesso. Mas, se vacilou por algum tempo, não vacilou por muito tempo e, oportunamente, acabou por concordar, aprovar e autorizar a Ordem das Franciscanas do Bom Conselho, para assumir o desafio de implantar o Colégio e lhe dirigir os destinos.
Primeira turma do Ginásio Santa Águeda - 1938
A segunda da esquerda para a direita em segundo plano é Celina Ferreira
Em baixo a da esquerda para a direita,a 2ª é Mara Cabral e 3ª Lourdes Moura 

Os meios materiais, todavia, já estavam assegurados para o começo de vida difícil e desafiadora da missão pelas irmãs. Atitudes generosas e altamente solidárias marcaram ponto alto nesse momento. O industrial Onofre José Soares Junior, ofereceu a casa de sua residência – hoje o velho sobrado ao lado deste novo edifício. À época uma das melhores residências da Cidade, antiga morada do genro do Barão de Ceará-Mirim. O Coronel Onofre Soares renunciou, assim, a sua própria casa para fixar residência no prédio senhorial do Engenho Cruzeiro de sua propriedade. Gesto digno de registro pelo exemplo comovente de desprendimento pessoal e espírito de colaboração com a nobre causa.
Como ele, tantos outros que não devo mencionar-lhes os nomes para que a memória não cometa, involuntariamente, injustiça de omissões, ajudaram com o apoio moral e material para que esta obra de tornasse uma realidade.
Os anos decorridos ao longo dos tempos, contam o prosseguimento desta história, cujos resultados somos testemunhas presentes. O antigo embrião triunfou sob as mãos cuidadosas das irmãs Franciscanas do Bom Conselho, ontem dirigidas pela irmã Maria Gabriela, de saudosa memória e hoje pela irmã Maria Regina Pacis e suas dedicadas colaboradoras. A missão de conduzir esta obra no longo espalho de meio século não é menos meritória do que o gesto de sua criação.
Um dos grandes benfeitores do Ginásio Santa Águeda
Major Onofre Jose Soares Junior

Celebramos nessa homenagem de Jubileu de Ouro, mais do que tudo, a continuidade produtiva, os louros alcançados, a capacidade de multiplicar benefícios, de crescer, de consolidar através dos anos o que, na verdade, foi feito para triunfar sobre as vicissitudes, para perenizar seus frutos.
O povo de Ceará-Mirim deve às administrações do passado e do presente deste Colégio, um pleito inestimável de gratidão pelo muito que deram no sentido do desenvolvimento de sua cultura, no despertar das inteligências jovens e na preparação das gerações para as tarefas temporais e espirituais inspiradas na mensagem evangélica.
São passados 50 anos e é com profunda emoção que relembro o registro de meu nome e de minha irmã Maria Lucia no rol dos primeiros alunos do Colégio recém-criado. A presença de um varão, entre as alunas, fora uma deferência especial, uma exceção sem precedentes na rigidez da tradição que condenava a matrícula masculina nos colégios de freiras. Durante cinco meses, fui preparado em regime de reclusão e proibido de participar do recreio com as colegas, para os exames de admissão ao ginásio a serem prestados em Natal.
Jubileu de Ouro do Colégio Santa Águeda - 1987


Ao concluir estes registros nesta magna reunião que intermeia as festividades do Jubileu de Ouro, a família de Mirabeau Melo, aqui representada por alguns de seus filhos, agradece as manifestações de reconhecimento e aplauso à sua memória, ao mesmo tempo que testemunha e saúda nas irmãs – administradoras e docentes deste Colégio , representadas por essa extraordinária educadora irmã Regina Pacis, a energia, a determinação e sabedoria com que é e sempre será, o nosso vitorioso Colégio Santa Águeda.




sexta-feira, 18 de maio de 2012

FOTOPOEMA NOSSO LAR


Não consegui resistir ao encanto do poema da amiga Mariza Roque (mãe da também amiga Edvane Roque) e o transformei em um FotoPoema com minha singela fotografia...


DE AMOR SEM NOME

Lamparina na janela, cumprindo sinal.
Foi chegando, avistando e se apeando. Ali mesmo, cuidou de amarrar a montaria, escondida nos velames da cerca. De moita em moita, foi tomando chegada no oitão. Cachorrada dormindo com chá de liamba. Tudinho correndo nos bons conformes. Pôs-se detrás do pau d’arco, a dez braças da casa. (...)
Tudo começado por simpatiazinha calada que – mais por arte dela – foi virando namoro escondido. Coisa de longe, embora apaixonada, no modo antigo de sorrir piscos e acenos. Moça presa e vigiada em casa de inimigo, quase nem dando pra trocar suspiro, quem dirá, palavra. E naquilo também se regalava de enganar o sabichão do bicho-de-lama!... 

(...) Arremedou a mãe-da-lua, escritozinho. Nenhuma resposta. Assobiou de novo. Nada ainda. Na terceira, a luz mexeu-se em cruz, depois se apagou. Tudo certinho no combinado. Era agora ou nunca mais!...
Com pouco, pisadas chegando no piçarro do terreiro. Ao seu ouvir, faziam todo o barulho do mundo!... Vultinho formoso dela, trajada de homem, cabelo arrumado em cocó. Moça corajuda, aquela; danada de esperta, disposta no gostar!... No arrocho do abraço, sentiu-lhe o coração desembestado. Mesmo no aperreio da hora, apreciou aquilo, agradecido de tamanha benquerença.
Não dera para arranjar cavalo. Nisso contrariou-se, mas nem quis aclaração. Desistir, fativo que podia; mas ela, de ansiosa, não querendo... Roxim, seu burro, mulo acavalado, era de força e confiança. Sendo ela pequenina...

(...) Informa qual a feição de cara e tope de corpo? Gente conhecida daqui mesmo? Precisando de remediado? Vizinho de divisa quase sempre se inimiza... Alguma razão sabida ou porém segredoso?
Mas qual bisbilhotar, seu coronel!?...Qualquer coisa informada que seja de ajuda, fica sendo da minha inteira conta...Se malpergunto é pelo ofício de rastreador. Pois sabendo donde veio, melhor calculo adonde vai. Como bem, sendo daqui, nascido e criado, conhecedor de atalhos e esgalhos, fica mais dificultoso...

(...) Não se arrelie, que a gente já-já embisaca a parelhinha fujona. Tomara que antes do malcometido. Rastear é arte meio ronceira, mas bem afiançada. Rasto bem seguido finda sempre no fugido. Mas, além de olho e tino, carece de paciência. Teje calmo, pois que, hora dessas, aperreio nunca ajuda.

(...) Taí o pouso! Foi de quando fizeram padarada, no pino do meio-dia; sombreando fresca nesta beira de riacho. Ali se apearam... Acolá aguaram a montaria... Depois se chagaram praqui. Nesse canto, estiveram bem de frente-a-frente...semelha que foi abraço... Espie, somente as pontinhas dos pezinhos dela, aqui entre os dele; salto da bota mais bem firmado. Pelo visto. Quem atracou foi ela!!...
Tá certo coronel, desculpe! Se faz tanta questão, prometo não mais destrinchar revelações de certas miudezas. Deixe ver...Daqui, foram prali... Vige, danou-se! Espie bem daqui, debaixo dessa moita... Ai, ai-ai, que se afigura em desgraça feita, coronelzinho! Ah, foi que foi!... Ficou tudo escrevinhado aqui na arei. Repare que são de machos estas marcas afundadas. Cá estão as duas baixas dos joelhos e as cavas dos cotovelos. Sinais mais rasos são de mulher. Dá bem pra ver o ciscado de calcanhares, o espojeiro dos quartos e até o varrido do cocó!...
Horinha do sol posto, morcegos doidejando, deram com eles, nas capoeiras profundas. Quase chegados na divisa do Paraíso; gemendo sem dor, debaixo doutra moita. Indo longe...
E haja-pau cantou redobrado (...)

O final??
Lendo o livro LUGAR DE ESTÓRIAS de Bartolomeu Correia de Melo

ENCONTRO DE HERÓIS

Bom dia a todos!


Próximo domingo estaremos festejando os 98 anos de Mestre Tião Oleiro. Serão momentos inesquecíveis, quando ouviremos o som do velho pé de bode de mestre Tião, acompanhado, do não menos popular, Mestre Joaquim (89 anos), com seu inseparável cavaquinho. Lembraremos velhas canções do Congo de Guerra, ameaçadas pelo esquecimento popular. Infelizmente, nosso saudoso Mestre Zé Baracho, não poderá está fisicamente conosco, em junho passado, encantou-se e estará cantando seu romances em outras dimensões....




Foto pelos 96 anos do Mestre Tião em maio de 2010.
Mestre Zé Baracho, Mestre Joaquim, Gibson Machado e Mestre Tião.


VIVA A CULTURA POPULAR!


CEARÁ-MIRIM TEM JEITO!!!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

ENSAIO CONTEMPLATIVO

ENSAIO CONTEMPLATIVO LVIII

Paralelas Crepuscular...

FOTOPOEMA

Vendo velhos arquivos, encontrei um poema do saudoso amigo Bartola. Este poema foi presente para um de meus registros fotográficos... Agora, transformei a saudade do mestre em FotoPoema...


CAVACO CHINÊS


O CAVACO CHINÊS

Outro dia estava na praia de Maxaranguape e ouvi um “tingo lingo lingo”... falei para minha filha que era o som do vendedor de cavaco chinês. Voltei ao tempo de menino e corri para localizar de onde vinha o som, daí, comprei alguns pacotes da guloseima e distribuí com a turma que estava proseando no alpendre de casa.
Ninguém conhecia a tal guloseima que me deixara tão eufórico. Expliquei que o cavaco chinês era um tipo de biscoito muito fininho feito de farinha de trigo, e que, segundo o folclorista Teo Brandão, “parece que feita exclusivamente para aguçar a fome - com um baú cilíndrico às costas e a agitar o característico triângulo numa inconsciente aplicação prática da ação do som sobre a secreção salivar, vibrava nesses tímpanos e espremia nossas glândulas salivares enquanto anunciava:
- Ôie o cavaquinho chinês".

O cavaco chinês era muito comum no tempo de minha infância. O vendedor passava pelas ruas tocando seu triângulo feito de ferro e oferecendo a casquinha doce, parecendo casquinha de sorvete, só que muito mais gostosa.

Dizem que o baião de velho “Lua” foi inventado depois ele viu um vendedor de cavaco chinês tocando seu triângulo pelas ruas. Daí, Gozaga introduziu o Zabunda e o triangulo à sua sanfona e deu no que deu.

Ceará-Mirim também teve essa figura tão popular, Inacio Magalhães de Sena, inclusive ele fala sobre isso em seu livro “Memórias quase líricas de um ex-vendedor de cavaco chinês:
Lata passada com tira de couro nas costas, triângulo e ferrinho na mão, eu descia e subia as ruas do Ceará-Mirim. Além do toque “clássico” eu fazia mil variações.

A grande esperança de que vende bagana é o choro das crianças que obriga as mães a comprar. Tinha um velho que gritava assim: “Chora menino, pra comprar cacete doce”!
Outras pessoas por gaiatice, chamavam cavaco chinês de “casca de pau”. E assim, tocando triângulo, eu marquei um período lírico de minha vida. Eu era agente de Deus e grande clown desta mágica terra do rio da água azul”.

Seria muito importante que pudéssemos reviver e saborear as velhas tradições de nossa culinária, tipo, alfenim, mariola, tareco, cavaco chinês, pirulito de pauzinho, rolete de cana, cestinha de castanha e tantas outras guloseimas....essas delícias que  foram se perdendo com o progresso e o dinamismo da cidade. 


Vila do Bispo comemorou o "Dia Internacional dos Monumentos e Sítios"

 


O aluno Adelmo da Escola Básica do 1.º Ciclo de Vila do Bispo da turma 
2.º/3.ºB, apresentando o projeto “Onde se fala Português”, auxiliano 
pelo Artur de Jesus (historiador da Câmara Municipal). 
No palco, compondo a mesa, estão: Exmo. Presidente da Câmara Municipal 
- Sr. Adelino Soares;  Sra. Maria Conceição Câmara (Ceicinha Câmara) 
- criadora e dinamizadora do Blog “Notícias da Lusofonia”, brasileira, poeta 
e ativista cultural e a Diretora Regional de Cultura do Algarve - Dr.ª Dália Paulo.


Comemorou-se no passado dia 21 de abril o “Dia Internacional dos Monumentos e Sítios” com o título “Vila do Bispo, o Cabo do Mundo, lugar de encontros” no Auditório do Centro Cultural de Vila do Bispo, região Algarve - Portugal.




A cabo-verdiana "Diolanda" vestida à caráter.



Através da evocação da partida de uma Caravela, da zona do Cabo de São Vicente, no dia 22 de Março de 1455, que rumou à costa Ocidental de África, mais concretamente à Guiné, fez-se um percurso pelas Descobertas Marítimas Portuguesas e pelo Património Cultural a que deram origem em vários pontos do globo terrestre, pelas visões do Mundo, por parte dos Portugueses e dos Povos por eles conhecidos, terminando com uma reflexão sobre a presença na comunidade local, nos nossos dias, de elementos da Comunidade Lusófona. O grande objetivo deste evente foi a celebração da Pessoa como Monumento e Património. O ponto alto da iniciativa foi a apresentação do projeto “Onde se fala Português” da autoria de 3 alunos da Escola Básica do 1.º Ciclo de Vila do Bispo da turma 2.º/3.ºB que, orientados pelas docentes Andréa Duarte e Ângela Almeida, o fizeram perante uma plateia de 30 pessoas. Os pequenos alunos deram a conhecer, também, todas as informações recolhidas (situação geográfica, clima, bandeiras nacionais, capitais, potencialidades económicas, natureza e a fauna) sobre os Países onde se fala a Língua Portuguesa: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Brasil. Não foram, igualmente, esquecidos os territórios indianos (Goa, Damão e Diu) e a cidade de Macau. Esta celebração, festiva e colorida, da lusofonia foi, ainda, abrilhantada com a apresentação de objetos do norte de Moçambique, com a participação da poetisa "Ceicinha Câmara", de Ceará-Mirim/RN - Brasil, declamando uma poesia de sua autoria, bem como com a declamação de alguns poemas (com especial destaque para os de Fernando Pessoa) por parte de alguns adultos e crianças, relacionados com o tema do Patrimônio Mundial Português no Mundo e com a sua continuidade na nossa Comunidade Local, neste caso de Vila do Bispo.





VEJA A PARTICIPAÇÃO DE 




CEICINHA CÂMARA NESTES LINKS DO 


YOU TUBE QUE ESTÃO ABAIXO:

No 1º vídeo, Ceicinha Câmara (mediadora do blogue: NOTÍCIAS DA LUSOFONIA) foi convidada para participar deste evento, por ela ser brasileira e esta radicada já a 9 anos em Vila do Bispo, pois o grande objetivo deste evento foi a celebração da PESSOA como Monumento e Património. Ceicinha falou um pouco sobre sua cidade brasileira (Ceará-Mirim/RN) e citou algumas coincidências relacionadas entre sua cidade e Vila do Bispo, demonstrando seu amor e carinho por este Concelho da Região do Algarve - Portugal. A Ceicinha estava um pouco nervosa, mas como a maioria do público era composto por crianças da escola primária de Vila do Bispo, ela tentou ser clara, simples e rápida.


Neste vídeo, o Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Sr. Adelino Soares agradece aos presentes e diz à Ceicinha Câmara que... "se ela gosta de cá está, nós também gostamos que ela cá esteja e que fique cá por muito tempo, não só ela, mas todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, são de outros países, mas tem este vínculo conosco, que é a língua portuguesa. Não só a língua portuguesa, mas a forma de estar no sítio onde estamos". Em seguida a Ceicinha recitou uma poesia que conta um pouco da história do Infante Dom Henrique, a mais importante figura portuguesa do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.



 FOTOPOEMAS





Daniel Torres
Artista cearamirinense apresentando sua arte para o mundo.


http://in360.globo.com/rn/noticias.php?id=10452



Pérola encontrada nos velhos arquivos...
Jornalzinho manuscrito “A Esperança”, nº 36, publicado em 25 de março de 1907, pelas poetisas Etelvina Antunes e Izaura Carrilho.
O jornal “A Esperança” teve sua primeira edição em 25 de março de 1903. Era manuscrito e exclusivamente editado por mulheres cearamirinenses.
Abaixo um soneto da colaboradora Eunice Rangel..

SONETO
Eunice Rangel

Lucro cantar ao som da tua falla,
Toda a ventura e célica alegria,
Que o meu coração acaricia,
E a doce esperança, que me embala.

E quero ouvindo rios de prazer,
Sob o fulgor do teu olhar ardente,
Recordar o passado simplesmente...
Hei de sonhar, feliz hei de viver.

Será a vida sorridente aurora.
Um perfumoso lyrio – o coração,
Que o orvalho da ventura irrora...

É tarde! A noite é lúgubre e sombria...
Eu apenas pedia inspiração,
Para compor um hinno de alegria.

98 anos de vida e 90 anos contribuindo com a cultura popular do Brasil
Mestre Tião dos Congos de Guerra

Há certos acontecimentos na vida da gente que é inexplicável.

Conhecer Mestre Tião é um desses fatos que não posso jamais esquecer. São 13 anos de convivência, amor, carinho, respeito... uma irmandade de "bisavô".

Quando estou com ele o mundo fica mais brilhante, os passarinhos gorjeiam fortemente e as rosas parecem borrifar o perfume mais intensamente... Romântico não é? Pois, é isso mesmo o que acontece quando estou junto ao mestre... ele canta, toca sua acordeon ou o famoso pé de bode, dança e, principalmente, narra poeticamente suas aventuras...um menestrel do canavial. Uma contribuição incalculável para a memória de Ceará-Mirim.

Sinto-me muito honrado em fazer parte dessa história vivida tão profundamente. Não sei como vamos suportar, e conviver, quando chegar o seu encantamento. Até lá, quero aproveitar cada dia vivido ao lado deste meu amigo-irmão-pai-avô... afinal, são 98 anos de existência completados dia 12 de maio. 

Domingo estaremos comemorando mais um degrau nesta sua longa escada da vida... Infinita??? Provavelmente... na memória de nossa gente!!!

Quem viver verá, por isso, que CEARÁ-MIRIM TEM JEITO!!