quarta-feira, 26 de outubro de 2011

REMINISCÊNCIAS

Garimpando no baú de fotografias antigas, encontrei a foto da Casa-Grande do engenho Oiteiro - datada de  1923. Imediatamente lembrei do texto de Madalena Antudes...


REMINISCÊNCIAS


“No outono da vida, recordar é abrir pontos de luz na estrada abandonada do passado.

Maio! Ainda hoje o contemplo, no milagre da imaginação, no pólen de suas flores, na renovação de suas messes, sentindo em tudo a poeira das desilusões, polvilhando a trilha do passado.

O encanto dos jardins do Oiteiro resumia-se em sua profusão de flores. Os canteiros eram orlados de fundos de garrafas e pedrinhas do sertão. As roseiras transbordavam de latas de querosenes, e os jasmineiros  cresciam pujantes, beirando os velhos muros, gretados, da Casa-Grande.

Pelos vidros partidos das varandas, penetravam os “mimos de céu”, que aljofravam o solo, como róseas borboletas de asas despedaçadas rolando pelo chão.

Os rosedás embalsamavam o ar, paralelos os bogaris de folhas largas, delicadamente enrolados, quais brancos caracóis. As angélicas afloravam de varetas verdes, que se inclinavam salpicadas de estrelinhas brancas, como o cajado de São José.”



Maria Madalena Antunes Pereira em “Oiteiro memória de uma SINHÁ MOÇA” – Ed. Irmãos Pongetti – 1958.

3 comentários:

  1. GIBSON, VOCÊ É UM SAUDOSISTA INCURÁVEL.

    ESSA FOTO EU TAMBÉM TENHO E RECORDO COO SE HOUVESSE TAMBÉM VIVIDO NAQUELE RESPLENDOR - O OITEIRO.

    BJS.

    L.HELENA

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  2. Adorei em saber um pouco mais de Ceará Mirim, passei parte da minha infancia ai, fui muitas vezes nas casa de engenho e tenho curiosidades em saber mais das historia de Ceará Mirim, muito sabia a sua idéia em valorizar essa pequena cidade que guarda muitos encantos e belezas. Espero contar sempre com a sua colaboração em divulgar a cutura e as histórias dos antepassados desse verde vale.

    Mucicleide, Natal, Abril de 2012.

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  3. Linda a poesia de D. Madalena. Quanta doçura nas palavras!

    É daí, Lucia donde vem sua veia poética, querida.

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