Ceará-Mirim (RN), 7 de janeiro de 2010
CARTA A MUCIO VICENTE
Amigo Mucio,
Sabemos como é difícil viver no Brasil quando se é artista. Há tantos trabalhos maravilhosos, bem elaborados e tudo isso passa pela sociedade e, também, pelo produtor de arte, como um sopro, uma brisa suave levada para o mais profundo recanto do esquecimento e da intolerância.
Se queremos ter uma sociedade e uma vida mais interessante, acho fundamental começar a dar mais valor para as artes. Porque? Porque arte faz pensar, melhora o discernimento, emociona. E uma sociedade emocionada talvez faça menos estragos. Emoções elevadas, boas... não provoquem essa avalanche e inconsistência emocional que vemos acometer as pessoas no dia a dia.
A produção de arte, em todas as suas modalidades, é muito importante na construção da cidadania e, também, numa possível e esperada evolução “consciencial”. Estamos parados no tempo! E somos conscientes da inoperância política em relação à valorização da arte.
É preciso considerar o axioma: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” e, não fugir à luta, não abandonar o barco. Talvez, as artes sejam “tridentes poseidônicos” que precisam ser lançados no céu das preocupações capitalistas e, assim, rompam o véu da ignorância para que a energia solar possa irradiar, através de raios cartárticos, provocando uma cartarse libertadora.
A liberdade da arte está exatamente condicionada ao amor visceral por aquilo que é produzido pelo artista e a energia que impulsiona toda a criação nada mais é do que a certeza do reconhecimento. Daí, concordar com o amigo quando diz que vai partir, no entanto, não é partindo que o problema será solucionado.
Acredito que, apesar da inércia cultural, existam muitas pessoas que admiram os trabalhos produzidos pelos nossos artistas, assim como também, valorizam suas artes, por isso, não podemos responsabilizar a sociedade, nem a cidade que nascemos, vivemos e amamos, pela falta de apoio e reconhecimento do artista. É preciso que a ARTE ressurja das cinzas, como a fênix, e lute por um novo tempo, onde o artista possa ser valorizado e tenha a liberdade de criar de acordo com o seu modo de pensar, acreditar e agir.
O velho adágio: “Saco vazio não se põe em pé” está presente em todos os argumentos e, é certo que a única forma de superar todas as mazelas criadas em torno da desvalorização cultural é buscar outros horizontes cujos caminhos convergem para o sucesso garantido.
É como aquela famosa gaiovata... Voe, voe muito alto... Assim chegará a plenitude e seu brilho será visualizado em muitos horizontes... Até se transformar em uma estrela!!!
VALEU AMIGO!!! SUCESSO!!!
Gibson Machado Alves
Você tem alguma foto (atual) da ruínas do Sítio Oiteiro ?
ResponderExcluirCaso tenha, favor enviar para o meu e-mail:
musicadogol@hotmail.com
Cordiais saudações
José Leonardo