quarta-feira, 3 de março de 2010

CARTA À LUCIA HELENA: VELHO ENGENHO

"Querida amiga Lucia Helena,

Foi muito significativo fazer as fotos no velho engenho. Era domingo e eu estava só. Levei um tripé e fiz as fotos, sem pressa... penso que passei umas três horas naquele paraíso.Estava muito silencioso e a tranquilidade do vale naquele dia, parecia contribuir para que as imagens descritas por Madalena Antunes, na sua obra prima - "Oiteiro: Memórias de uma Sinhá-Moça!" fossem me absorvendo e tornando-se real.Ouvi o ranger dos ferros no movimento das rodas do velho engenho e podia sentir o cheiro do mel entre a fumaça dos tachos fumegantes!
Era como se estivesse no eito da cana escutando as estórias de Tonha e Patica.Fiquei ali, absorto, no meu mundo interior, como se o tempo não passasse...
O presente estava estampado em reminiscências românticas.Impressionei-me quando vi o ambiente triste e ao mesmo tempo fiel à realidade temporal, uma frondosa árvore nascida nos escombros, dominava tudo à sua volta, seus galhos cobriam as velhas paredes e cipós escorriam, como se quizessem me abraçar. Folhas faziam volumes no chão, parecendo leitos de amantes cativos...
Descobri que a velha ruína pedia socorro, pedia ajuda para livrá-la do esquecimento... e seus fantasmas estavam lá, acreditando no milagre do reconhecimento e do respeito à memória de nossa gente.

Ceará-Mirim, 02 de março de 2010


Gibson Machado Alves

QUERIDO: NEM SEI MESMO O QUE VOU DIGITANDO. AS LÁGRIMAS CORREM DOS RIOS DE MIN´ALMA PARA O COMPUTADOR.
L.HELENA


"Ó VELHO OITIZEIRO, TEMPLO DE MINHAS PRIMEIRAS RECORDAÇÕES"...
TRECHO DO LIVRO OITEIRO (1958) PRIMEIRA EDIÇÃO.
NA FOTO ABAIXO, UMA MONTAGEM DE EDVALDO MORAIS, ONDE SE VÊ VOVÓ MADALENA E AS CAPAS DA 1ª E 2° EDIÇÕES DO SEU LIVRO: "OITEIRO: MEMÓRIAS DE UMA SINHÁ-MOÇA"
GIBSON MACHADO JUNTO AO BUEIRO DO QUE FOI O ENGENHO OITEIRO, DE MADALENA ANTUNES. GIBSON - JUNTO AO QUE RESTOU DA CASA-GRANDE DOOITEIRO E TOCANDO O TRONCO DO VELHO OITIZEIRO,TÃO DECANTADO POR VOVÓ MADALENA.
UMA VISÃO DO QUE RESTA DA CASA-GRANDE DO OITEIRO.

OS RESTOS DO ENGENHO E O BUEIRO AINDA DE PÉ.
"SIM, MINHA NETINHA, EU VIA NA ENGRENAGEM HUMANA O BELO LABOR, A DEDICAÇÃO AO TRABALHO E A CRENÇA DE DIAS MELHORES. VIA A DELICADEZA DOS BONS TRABALHADORES DO ENGENHO, DIANTE DO PESO DAS GRANDES MÁQUINAS.
HAVEREMOS DE ESPERAR QUE OS MILAGRES ACONTEÇAM, AFINAL, O QUE SEREMOS SEM A FÉ EM DEUS? COM O AMOR DE VOVÓ MADALENA - (SUA LHENE)". PARECE UMA JANELA ESCANCARADA PARA A CONTEMPLAÇÃO DO QUE RESTA DAQUELE PARAÍSO PERDIDO.
E O TEMPO ABRIU UMA GRANDE PORTA PARA QUE SE VEJA, A CÉU ABERTO, A TORRE NOBRE E ALTA DO VELHO OITEIRO.
"AS HORAS ERAM ENFEITADAS DE CORES E FORMAS. DA SALA GRANDE DO OITEIRO EU AVISTAVA O QUERIDO ENGENHO DO MEU PAI. SENTIA O CHEIRO DA CANA AO BALOIÇO DO VENTO - UMA POESIA QUE NÃO SE APAGARÁ". MADALENA ANTUNES.









Um comentário:

  1. Caríssimos amigos damos os primeiros passos para a história do Teatro em Ceará - Mirim, neste dia 28/03 dia do Teatro.
    Foram duas Seções supr lotadas e já recebi 32 E-mails pedindo pra gente Reapresentá-la, fico muito grato com o apoio dos blogs que nos ajudaram, muito obrigado Ceará - Mirim!!!

    Múcio Vicente

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