quinta-feira, 18 de julho de 2013

MARIA ANTONIETA VARELA


MARIA ANTONIETA PEREIRA VARELLA
Por Denise Gaspar

            Filha de Maria Madalena Antunes Pereira e Olímpio Varella Pereira, Maria Antonieta Pereira Varella nasceu em Ceará-Mirim no dia 09 de maio de 1906.
            Fez seus primeiros estudos com a professora Adele de Oliveira e depois na Escola Doméstica de Natal, tendo se destacado sempre pela sua inteligência, educação, discrição, beleza e simplicidade.
            Casou no dia 01 de maio de 1924 com Luiz Lopes Varella, primo, fidalgo de nascimento e logo usineiro de sucesso, prefeito de Ceará-Mirim, suplente do Senador Kerginaldo Cavalcanti, empresário, dono dos cinemas Nordeste e São Pedro, algumas sociedades com Luiz de Barros e outras com Jessé Pinto Freire.
            Do seu casamento com Luiz Varella nasceram 5 filhos: Marilda, Mariza, Manoel, Roberto e Ione.
1)   Marilda nasceu em 31/01/1925 e casou em 1946, na usina São Francisco em Ceará-Mirim, com o oficial de Marinha João Carlos de Freitas Raulino. Tiveram 5 filhos: Marildinha, Luiz Eduardo, Regina Laura, Carlos Eduardo e Branda Maria.
2)   Marilza faleceu com um ano e oito meses.
3)   Manoel faleceu com 8 meses.
4)   Roberto nasceu em 04 de novembro de 1928 e casou-se em Natal, no ano de 1951, com Maria Elenir Fonseca. Tiveram quatro filhos: Luiz Neto, Cinthia, Márcia e Sheila. Em  1985 uniu-se a Ana Anunciada Costa com quem viveu até o seu falecimento em 04 de outubro de 2006.
5)   Ione nasceu em 26 de janeiro de 1931 e casou em Natal em 1948, com o primo – agrônomo, depois usineiro e deputado federal Eider Freire Varela. Tiveram três filhos: Tânia, Euler e Eudes.
            Antonieta teve papel de grande destaque na vida do seu marido Luiz Lopes Varella. Quando da Intentona Comunista em 1935, Luiz Varella, usineiro, foi paradoxalmente acusado de comunista, tendo sido perseguido e forçado a viajar com toda a família, vivendo humildemente no bairro do Andaraí, costurando em sua residência para o sustento de todos, inclusive sua sogra, a fidalga Dona Etelvina de Paula Lopes Varella.
            Esta passagem enchia de orgulho o seu esposo, que costumava dizer à sua filha Marildinha: “Eu jamais seria o que sou sem Antonieta – ame-a muito e sempre”.
            Era excelente dona de casa, exímia na arte culinária e dotada de requinte ímpar nos menores detalhes. Como anfitriã, recebeu com perfeição as maiores autoridades do Estado e do País, tais como os governadores Aluizio Alves do Rio Grande do Norte, Ademar de Barros de São Paulo e o presidente da República João Café Filho que foi seu hóspede inúmeras vezes.
            Suas casas, quer na usina São Francisco em Ceará-Mirim, como em Natal, eram decoradas com  a mais requintada simplicidade, apesar das pratarias, cristais, porcelanas e quadros valiosos. Nelas, recebia não apenas autoridades e políticos, mas também os humildes, os funcionários, os moradores, familiares e todo aquele que precisasse de caridade ou do aconchego familiar. Suas casas eram abertas a todos, sem discriminação de estado social.
            Mas ela não era apenas uma excelente hostess. Eram inúmeras as qualidades dessa extraordinária mulher: Dona de uma personalidade invejável e possuidora de forte caráter, foi também uma das primeiras mulheres a dirigir automóvel no Rio Grande do Norte. Inteligente, altiva, porém, bastante sentimental e carinhosa, era excelente filha, irmã e esposa, mãe, tia, sogra, avó e bisavó. Acima de tudo, era amiga de seus amigos, e por isso muito bem relacionada em toda a sociedade.
Abel, Antonieta, Vicente e Ruy
            Amava seus irmãos: Ruy, Vicente, Abel e Darquinha, assim como todos os sobrinhos.
            Lembro-me do carinho que dedicou a minha família em 1947 quando meu pai Ruy Antunes Pereira,e minha mãe Odette, resolveram morar em Natal. Como nossa casa estava em construção, ficamos todos – meus pais, o afilhado Ruyzinho e eu – hospedados com os queridos tio Luiz e Antonieta. Época, em que tivemos a honra de privar da hospitalidade desse casal ímpar, que se tornou meus compadres, padrinhos de batismo de meu filho Sérgio Gaspar.
            Como o mesmo afeto e elegância cederam a mansão da Praça Pio X, para a recepção dos casamentos das sobrinhas Gipsy (com Dr. Antonio Montenegro) e Suely (com Dr. Emanoel Alves Afonso).
            Antonieta Varella também fazia filantropia, isolada ou em grupo, ia, por exemplo, sozinha em seu automóvel, para que ninguém soubesse, levar mantimentos aos detentos da penitenciária “João Chaves”, em Natal.
            Foi  uma das fundadoras da ACF (Associação Cristã Feminina) – entidade que recebia moças que vinham do interior para estudar em Natal. Atuou com destaque ao lado de Maria Alice Fernandes, Ivete Bezerra, Cindinha  Dumaresq e Lucia Viveiros, dentre outras. Segunda presidente, em sua gestão foi adquirida a casa onde a associação funciona até hoje – Avenida Prudente de Morais, nº. 300.
            Após perder seu marido, Luiz Varella em 15 de julho de 1976, residiu em seu apartamento no Rio de Janeiro e voltou a morar em Natal e posteriormente em Ceará-Mirim, onde faleceu em 20 de janeiro de 1990.
            Eleita por um jornal da Paraíba como “EXCELSA IMPERATRIZ DA FORMOSURA”, pode ser considerada, pelas suas atitudes e pelo seu caráter, a – “GRANDE DAMA DOS VERDES CANAVIAIS E DO RIO GRANDE DO NORTE”!

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