Ruínas do Engenho Oiteiro - Ceará-Mirim/RN
ALUMBRAMENTO
Seguindo a erma vereda do oiteiro,
surge a visagem dum tempo perdido.
Ossos de engenho brotam no aceiro
do canavial no vento retangido.
Na lua cheia, o vulto do bueiro,
a casa-grande, o pau d’arco florido...
Soa um carro-de-bois, triste e ronceiro,
trazendo malagouros no gemido.
Vozes sem corpo xingam a burrama,
vêm risadas de prosa no bagaço,
nas ruínas da capela, um sino chama...
Resta, num vago cheiro de melaço,
algum doce acalanto de mucama
ninando almas jazidas nesse espaço.
BARTOLOMEU CORREIA DE MELO
Natal / 2010
ALUMBRAMENTO
Seguindo a erma vereda do oiteiro,
surge a visagem dum tempo perdido.
Ossos de engenho brotam no aceiro
do canavial no vento retangido.
Na lua cheia, o vulto do bueiro,
a casa-grande, o pau d’arco florido...
Soa um carro-de-bois, triste e ronceiro,
trazendo malagouros no gemido.
Vozes sem corpo xingam a burrama,
vêm risadas de prosa no bagaço,
nas ruínas da capela, um sino chama...
Resta, num vago cheiro de melaço,
algum doce acalanto de mucama
ninando almas jazidas nesse espaço.
BARTOLOMEU CORREIA DE MELO
Natal / 2010
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