domingo, 7 de agosto de 2016

Recebendo os livros Ceará-Mirim exemplo nacional Vol. I e II escrito por Julio Gomes de Senna em 1972 e oferecidos pelos filhos do autor José Fernandes Sena (foto) e Nely Fernandes.

SOBRE A CAMPANHA ELEITORAL...

Atualmente é comum publicações nas redes sociais sobre as convenções que aconteceram no município. Muitos são os candidatos a representarem o povo nos próximos quatro anos. Cada um candidato, seja a vereador, vereadora ou prefeito, cada um deles, precisa, pelo menos teoricamente, conhecer um pouco da história da cidade.
Uma boa sugestão é que leiam Julio Senna, leiam Ceará-Mirim exemplo nacional Vol I e II. Pelo menos, o volume I. Apesar do livro ter sido escrito em 1972, orienta como o representante do povo deve proceder quando assumir o cargo para o qual foi eleito.
Vejam o escreve Julio Senna:
“O município não é uma simples célula administrativa, mas um órgão de sindicância, controle e orientação dos problemas locais.
E também não é uma unidade exclusivamente arrecadadora, porque constitui um sistema econômico, cujas linhas de ação contornam o corporativismo e findam no desenvolvimento da riqueza particular dos seus habitantes.
O município deixa de ser um usurpador das energias do campo, para ser o guia da vida rural, permitindo o ressurgimento do camponês no tríplice aspecto da saúde, da assistência moral e do sentimento cívico.
O município deixa de ser um arrumador de pedras pelas ruas da cidade, para se tornar o propulsor das industrias locais, estabelecendo-as nos pontos geográficos aconselháveis, sem visar interesse de ordem puramente suntuária e avenideira.
O grande mal do município tem sido este: descobrir onde está situada a indústria, a cultura, a criação, para vibrar-lhes o golpe de morte do imediato gravame do imposto, da taxa, da sobretaxa...
A massa de produtores dos núcleos afastados só conhecem da prefeitura municipal, o cobrador de impostos.
(...) A orientação de um prefeito municipal não deve residir na coleta forçada de rendas inexplicáveis, mas na observação e no estímulo às fontes naturais de sua produção.
Não é cobrando imposto, exclusivamente, que se aumenta a renda municipal. O crescimento da receita tem lugar com o aumento da produção agropecuária e fabril.
(...) O prefeito moderno tem de sair de sua cadeira para verificar a produção dos campos, a saúde de seu povo, a alimentação de sua gente e a utilidade do solo de que dispõe o município.
(...) Nenhuma criança poderá estudar, sem beber um pouco de leite. Nenhum homem poderá resistir ao trabalho numa sociedade desprovida de vitaminas.

(...) Como órgão executivo, tem sido o município vítima das mais tremendas decepções, pois que os seus principais agentes funcionais, eleitos ou nomeados, não têm sido, senão, os políticos malversados em administração, que gastam as suas verbas, quando muito, em obras mortas de alvenaria ciclópica talvez, mas alheias ao desenvolvimento de sua indústria, única fonte capaz de produzir dinheiro para multiplicar a sua receita.”

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