MULHERES INTELECTUAIS DO CEARÁ-MIRIM
E SEUS JORNAIS MANUSCRITOS
E SEUS JORNAIS MANUSCRITOS
Postagem da ACLA Academia Ceará-Mirinense de Letras e Artes Pedro Simões Neto
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No Ceará-Mirim de antigamente, tempo do apogeu intelectual, havia um grupo seleto de mulheres que, às escondidas, redigiam prosas e poesias, numa época em que esse mister era característica exclusiva dos homens. E iam além, editavam esses textos em pequenos jornais denominados “O SONHO” (comandado pela professora e poeta Adelle de Oliveira, que circulou de 1905 a 1910) e “A ESPERANÇA” (comandado pela professora e intelectual Dolores Cavalcanti, que circulou de 1903 a 1909), manuscritos numa caligrafia irretocável, e os faziam circular pela cidade.
Fazemos anexar cópias destes jornais, que foram objeto de inúmeros estudos e pesquisas e, entre tantos textos, citamos os seguintes:
O SONHO:
Esses pequenos jornais eram confeccionados pelas grandes intelectuais de então, a maioria delas, hoje, Patronas da Academia Ceará-mirinense de Letras e Artes “Pedro Simões Neto” – ACLA.
Destacamos:
ADELE SOBRAL DE OLIVEIRA (Nascida no Vilar, Patrona da Cadeira no 5, ocupada por seu sobrinho-neto, Ciro José Tavares da Silva);
ETELVINA ANTUNES (Nascida em Ceará-Mirim, Patrona da Cadeira no 17, ocupada por Sayonara Montenegro Rodrigues);
MARIA DOLORES BEZERRA CAVALCANTI (Nascida no Engenho Ilha Grande, conhecido por Cajazeiras, Patrona da Cadeira no 19, ocupada por Maria da Conceição Cruz Spineli).
MARIA MADALENA ANTUNES PEREIRA (Nascida no engenho Oiteiro, Patrona da Cadeira no 4, inicialmente ocupada por sua neta, Lúcia Helena Pereira, já falecida e hoje ocupada por Francisca Maria Bezerra Lopes);
Estas, citadas anteriormente, eram as mulheres que apareciam, sem temores, embora também houvessem outras de valor intelectualmente semelhante, mas que, temendo se identificar, usavam pseudônimos nas suas publicações.
Eram elas: Erlinda Carvalho, Tracilla de Carvalho, Izaura Carrilho, Adelaide de Melo, Maria Carolina de Araújo Maciel e que ainda contavam com colaboração de mulheres de outros estados.
A existência destes jornais manuscritos é objeto de estudo por todo o Brasil, entretanto o Ceará-Mirim, por não ter um repositório da sua história, não possui nenhum exemplar para mostrar aos jovens o valor destas mulheres do início do século XX.
A ACLA soube, através de familiares de Maria Dolores Cavalcanti, que os exemplares dos jornais “A ESPERANÇA”, haviam sido entregues a uma escritora mineira radicada no Rio de Janeiro, muito amiga da professora, e que esta escritora os havia entregue à Biblioteca Nacional (BN). Imediatamente foi feito um ofício à BN, solicitando a devolução dos jornais para os arquivos culturais do município. Veio uma resposta para a Academia, informando que na Biblioteca Nacional não há nenhum registro desse jornal.
As cópias destes dois exemplares, que pertencem ao acervo particular da ACLA, foram fornecidas pela família de Dolores Cavalcanti e pelo Acadêmico Ciro José Tavares, sobrinho-neto de Adelle de Oliveira, que os conseguiram resgatar.
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