quinta-feira, 3 de junho de 2010

CORPUS CHRISTI na província do Baquipe

ltar mor da Matriz de Nossa Senhora da Conceição

"Corpus Christi", em latim, significa "corpo de Cristo". Trata-se de uma festa móvel católica que celebra o milagre da transubstanciação. Para o catolicismo, Cristo se transforma no pão (a hóstia), que se torna seu corpo, assim como o vinho se converte em seu sangue. A festa era uma das mais pomposas procissões católicas em Portugal e foi trazida para o Brasil pelos colonizadores, no século 16.
Artista plático Cícero Marques (de boné)

Aqui, numa carta de 9 de agosto de 1549, o padre Manuel da Nóbrega escreveu: "Outra procissão se fez dia de Corpus Christi, mui solene, em que jogou toda a artilharia, que estava na cerca, as ruas muito enramadas, houve danças e invenções à maneira de Portugal". (Cartas do Brasil, 86, Rio de Janeiro, 1931).
O costume de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais. No sul do Brasil, chegou com os imigrantes açorianos. Nas cidades que preservam a tradição, é comum ornamentar as ruas por onde passará a procissão com um tapete desenhado com serragem tingida, palha, borra de café, areia e grãos. Toda população participa do trabalho e o resultado é um grande mosaico, com símbolos cristãos, locais e nacionais, compondo uma obra de arte altamente efêmera, pois ela vai durar apenas até a passagem dos devotos.
A história da festa de Corpus Christi

Jovens montando os mosaicos

A festa de Corpus Christi é uma das mais antigas do catolicismo em todo o mundo. Foi instituída pelo papa Urbano 4°, em 1264, para ser celebrada na quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade, que ocorre, por sua vez, no domingo seguinte ao de Pentecostes. Segundo a tradição, ele recebeu o segredo das visões da freira Juliana de Mont Cornillon.
Mosaicos na Rua Dr. Meire e Sá

Juliana nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1192. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras agostinas em Mont Cornillon. Aos 17 anos começou a ter visões, que retratavam uma lua cheia com uma mancha escura. A Igreja interpretou a mensagem como sendo a ausência de uma festa para a eucaristia no calendário litúrgico. Eucaristia é justamente o sacramento católico que, através das palavras do padre, promove a transubstanciação.
Rua Dr. Meire e Sá vista da torre da igreja
O segredo de Juliana

Em 1230, Juliana confidenciou esse segredo ao arcediago de Liège, que 31 anos depois se tornaria o Papa Urbano 4°, que exerceria o cargo entre 1261 e1264. A confirmação da intenção da festa veio com um milagre que teria acontecido em Bolsena, na Itália, em 1263 ou 1264, quando um sacerdote que celebrava a missa teve dúvidas sobre a veracidade da transubstanciação. Acredita-se que, em seguida, sangue tenha escorrido da hóstia no momento em que o sacerdote a partiu. Hoje, uma mancha de sangue existente no altar da mesma igreja é atribuída a esse momento.
Juliana morreu em 5 de abril de 1258 e foi canonizada em 1599 pelo papa Clemente 8°. O decreto de Urbano 4° teve pouca repercussão, mas se propagou por algumas igrejas, como em Colônia, na Alemanha, onde o "Corpus Christi" foi celebrado antes de 1270. A festa tomou seu caráter universal definitivo a partir de 1313 com a sua confirmação pelo papa Clemente 5°.
A confecção dos mosaicos com painéis temáticos em Ceará-Mirim era um sonho de Marcos Aurélio – o Marquinhos - desde 2007. Em 2008 ele confeccionou o primeiro painel em frente a sua residência à rua Dr. Meire e Sá. Em 2009 com a colaboração com alguns amigos e fiéis ornamentaram as ruas por onde a procissão passava com bandeiras.

Este ano de 2010, igreja e fiéis, juntaram-se para confeccionarem um grande conjunto de mosaicos temáticos ao longo da rua Dr. Meire e Sá, percurso da procissão de Corpus Christi. A iniciativa foi muito louvável, pois proporcionou a criação artística coletiva, através o envolvimento abnegado das pastorais, irmandades e grupos de jovens sob a coordenação do artista plástico e acadêmico de arquitetuta Cícero Marques. Os painéis ficaram simplesmente encantadores, mostrando que é possível grandes realizações quando a coletividade está acima das dificuldades.
Trajeto inicial da procissão pela Rua Dr. Meire e Sá

A procissão estava muito organizada e as pessoas ficaram encantadas com os painéis na rua, infelizmente, talvez pela falta de hábito, em determinado momento, a multidão não respeitou as obras artísticas e a usaram como um tapete mágico que era acompanhada – FELIZMENTE - por um dos maiores patrimônios histórico e cultural de Ceará-Mirim, a Banda de Música Tenente Djalma Ribeiro.
Esperamos que a criação artística dos mosaicos temáticos se torne tradição no dia de Corpus Christi nos próximos anos. É mais um complemento que envolve a população e complementa as ações cristãs desse dia que é um dos mais importantes da igreja católica.
Parabéns aos novos sacerdotes, as equipes e a todos que ajudaram neste evento de tão significação religiosa.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/ult1687u14.jhtm

3 comentários:

  1. Parabéns Cícero Marques, onde eu estava que não vi essa ¨movimentação¨, há, já sei, estava em Currais Novos com o setor da TV escola do RN fazendo entrevistas com os artistas de lá, mas, já falei com o responsável pelo projeto, disse que o que não falta aqui é artistas de primeira qualidade, ele me falou que vamos sim fazer o mesmo trabalho com os artistas do Ceará-Mirim, aguardem amigos.
    Ei, quero colaborar com essa arte também!!! Abraços!!!

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  2. PQ NAO COLOCOU MEU COMENTARIO EM RELACAO AS TELAS/

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