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segunda-feira, 9 de julho de 2012
PARQUE BOCA DA MATA. UMA TRISTEZA!
Hoje fiquei surpreso quando
observei o estado em que se encontra o pouco que resta do “Parque Municipal
Boca da Mata”. Esta área foi conquistada pelo Ministério Público, uma luta do
promotor Antonio Siqueira para ser uma área de preservação que foi criada em
2008. No entanto, estão derrubando a mata e contrabandeando sua fauna e flora.
Torna-se visível o roubo e o
desmatamento em toda sua extensão. É certo que o parque foi apenas criado e
inaugurado, entretanto, efetivamente, nunca foi feito nada que o ajudasse a se
recompor da degradação e do desmatamento.
Há LEI no município que orienta
seja plantada uma árvore naquele local por cada recém-nascido na cidade. Não
tenho conhecimento se isso está sendo cumprido. Na verdade há uma área de quase
100 hectares aparentemente abandonada e entregue aos ESPERTOS que, na calada da
noite ou mesmo durante o dia, estão se apropriando desse PATRIMÔNIO MUNICIPAL.
A Lei Orgânica do Município no
Capitulo IV do Meio Ambiente, Art. 98 diz que:
“Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Publico e à coletividade o dever
de defendê-lo, e de harmonizá-lo, relacionalmente, com as necessidades do
desenvolvimento socioeconômico, para as presentes e futuras gerações.
No Parágrafo Único do mesmo
Art.98: Para assegurar a efetividade desse direito, incube ao Poder Público:
I – Preservar e restaurar os
processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistema;
II – Preservar e diversificar a
integridade do Patrimônio genético do Município e fiscalizar, nos limites de
sua competência, as entidades dedicadas à manipulação de material genético;
III – Definir, supletivamente à
União e ao Estado, espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente
através da lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
IV – proteger a FAUNA e a FLORA,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;
V – Obrigar aquele que explora os
recursos minerais a recuperar o maio ambiente degradado, de acordo com solução
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei;
VI – Exigir o reflorestamento
pela respectiva empresa de área de vegetação, de onde retirem matéria prima
para combustão;
Diante do exposto, é necessário
que a população cobre dos candidatos, nesta eleição, o cumprimento da Lei
Orgânica que é dos anos 1990 – quem sabe até fazer as alterações necessárias às
novas realidades. Por que, senão, o Parque e “Área Verde” do município
terminarão sucumbindo às especulações imobiliárias.
Vamos observar, NAS PROPOSTAS DE
GOVERNO, o que está sendo abordado para o meio ambiente, a cultura, educação,
saúde, segurança, entre outros. É hora da juventude de nossa cidade lutar por
uma terra com oportunidades e melhor qualidade de vida. É responsabilidade das
novas gerações mudar o sistema político que foi instalado “culturalmente”
durante décadas. Um processo falido e injusto, em que os poderes de barganha e
econômico imperam nas escolhas, que deveriam ser feitas democraticamente, no
entanto, ainda convivemos (infelizmente) com práticas centenárias, em que o
“voto de cabresto” ainda roda nas eleições. É um fato, que mudou a forma de
fazê-lo, porém, a essência é a mesma.
A degradação do meio ambiente não
está sendo somente no Parque Municipal, ela ocorre drasticamente na bacia do
rio Ceará-Mirim, principalmente na utilização da areia do rio para a construção
civil e nos dejetos jogados no leito. As lagoas de decantação do município é um
processo ultrapassado. É necessário que haja saneamento em toda cidade e seja
instalada uma usina de tratamento. Além disso, fazer cumprir a lei e
reflorestar todas as matas ciliares da bacia hidrográfica do rio Ceará-Mirim.
Há exemplo de sucesso com relação ao reflorestamento e recuperação das fontes
de água de nossos olheiros. Um exemplo real de reflorestamento no manancial é a
recuperação de uma nascente no Rancho Boca da Mata, cuidada por Luiz Correia.
O povo tem o poder de escolher e
não é possível que em pleno século XXI onde as tecnologias e a era da
informação tornam as comunicações mais rápidas e visíveis, ainda tenhamos que
nos curvar às práticas arcaicas de uma gestão pública falida em que os
interesses do povo estejam sendo colocado (na prática) em segundo plano, sob
uma injusta administração voltada apenas e simplesmente para projetos pessoais.
O ocupante da Cadeira do Solar
Antunes deve ter em mente que a cidade e sua população são prioridades e que os
projetos de governo apresentados sejam direcionados para o bem estar da
população, gerando empregos e qualidade de vida.
Este singelo texto não é nenhum
manifesto, nem protesto, apenas, chamo a atenção de nossos conterrâneos para
analisar bem quem escolherão para governar a cidade e sua gente. O voto é um
instrumento pessoal e uma arma que pode ser usada contra práticas de corrupção,
maracutaia, prepotência, ganância, mentira, usura...O voto, neste período de
campanha eleitoral, é muito valioso, mas, esse valor não é material, é um valor
moral, um valor de cidadania...CEARÁ-MIRIM TEM JEITO!!!
sábado, 2 de junho de 2012
VIVA TIÃO OLEIRO - 98 ANOS
Em 14 de Maio de 2012, o Sr. Sebastião
João da Rocha, o Tião Oleiro, que é o mestre dos “Congos de Guerra de
Guanabara”, completou 98 anos de vida, desses, (90) noventa dedicados à cultura
popular e (78) setenta e oito ao grupo folclórico Congo de Guerra, que foi
revitalizado em maio de 1934.
O
artista popular nasceu em 14 de maio de 1914, no engenho Guanabara, em
Ceará-Mirim/RN. Quando criança frequentava os terreiros dos engenhos onde
brincava e, ao mesmo tempo, observava a labuta dos mais velhos. Quando podia,
sua diversão era abrir cancela e pegar carona nos carros de bois, por conta
disso, muitas vezes apanhou de seus pais, no entanto, entre uma surra e outra, foi
aprendendo o traquejo das tarefas desenvolvidas pelos agricultores nos partidos
de cana. Logo cedo, aos seis anos, ajudava o pai na lavoura, cuja tarefa era
espantar os passarinhos.
Na
adolescência o menino Tião ajudava no engenho e, dessa forma, aprendeu todas as
tarefas necessárias ao bom funcionamento da fábrica de mel, açúcar e rapadura.
Chegado
o período das moagens, o Senhor Joel, proprietário do engenho Grande testava os
maquinários, gerando uma expectativa muito grande nos moradores da região,
principalmente quando as máquinas eram colocadas em funcionamento e surgiam os
primeiros sinais de fumaça na grande chaminé. Era uma alegria indescritível,
todos os empregados ficavam felizes e faziam festa. Começava uma fase de
bonança, onde todos teriam condições de viver bem, como ele costuma dizer, de
barriga cheia.
O
mestre lembra das madrugadas quando o apito do engenho Grande quebrava o
silencio do vale, era hora de iniciar as atividades e, ele, era o primeiro a
chegar, pois, muito jovem, corria para tomar garapa de cana. Seus olhos
brilham, parecendo sentir o cheiro e sabor do líquido açucarado.
Certo
dia, o gerente de Seu Joel, o velho Estevão, o convidou para trabalhar no
engenho, sua tarefa seria alimentar a caldeira. Botar fogo na fornalha. Aos
quinze anos iniciou sua vida na labuta dos engenhos, aprendendo o ofício de
folgueiro, ensinado pelo velho gerente. Quando era dia de pagamento, ele ficava
muito satisfeito e recebia feliz seus dez tons pelo fogo botado na fornalha.
Mestre Tião e Gibson Machado
A
vida de agricultor foi totalmente dedicada ao engenho Guanabara, tudo que
aprendeu foi lá. As experiências transmitidas pelos mais velhos, pelos pais,
pelos filhos, pelos amigos, cada dia era um ensinamento, por isso, diz
nostálgico, “adoro aquele pedaço de barro”. O Guanabara foi seu professor e, por
isso, não gosta de andar pelo vale que o viu nascer e crescer, são muitas lembranças
boas e não se conforma em vê-lo acabado, abandonado, um patrimônio importante
que deixaram morrer.
Suas
lembranças estão vivas e uma das coisas que mais lembra é o respeito que tinham
pelo gerente do engenho. Ele era um pai para todos. Nunca foi preciso recorrer
as autoridades para resolver as questões pessoais e de trabalho do engenho. A
justiça era feira pelo gerente e o dono. Não eram permitidos desentendimentos
entre os trabalhadores. Isso era muito bonito porque passava tranquilidade e
todos viviam felizes.
Para
o mestre Tião, o engenho Guanabara foi o patrimônio mais bonito de Ceará-Mirim.
Lamenta ver todos os engenhos acabados e não entende porque deixaram tantos
patrimônios abandonados, principalmente porque eles sustentavam todas as
famílias. Os moradores dos engenhos plantavam de tudo. O vale era muito rico,
plantavam feijão, milho, batata, arroz, algodão... tinha de tudo. Esses
alimentos abasteciam as cozinhas das casas e sobrava para vender na feira de
Ceará-Mirim. Toda essa riqueza saia do vale. O povo plantava e comia dali. Os
engenhos tinham bons sítios, tinham patrões e moradores. Infelizmente hoje não
existem mais patrões, existem empregadores e, estes, não querem ver os
empregados.
A
proximidade do engenho Guanabara com o Laranjeiras contribuiu para que o menino
Tião tivesse uma relação amigável e fraterna com as crianças de Joca Sobral.
Brincavam muito juntos. Lembra que as brincadeiras eram de meninos e meninas.
Brincavam de tica tica e, principalmente, de dar balão no rio. Quando anoitecia
brincavam com cantigas de rodas, cirandas, atirei o pau no gato. Os pais e as
mães ficavam assistindo as brincadeiras. Ainda lembra de uma música: “Senhora dona Viúva, com quem tú quer se
casar, é com o filho do rei ou é com o do generá, generá?? E respondiam: “Eu não quero esses homens que não chega
para mim. Sou uma pobre viúva e coitada de mim, de mim. Ô valentin, tim, tim,
Valentim, meu bem”. Com o olhar
distante e pensativo, diz que essas brincadeiras da infância distante é cultura
popular. É folclore.
Foi
um jovem muito curioso e obstinado, por isso, aprendeu a tocar fole sozinho.
Seu irmão era tocador, mas, não queria ensiná-lo. Na sua ausência aprendia a
tocar escondido. Sua primeira experiência foi em um baile. Tocava com um amigo
mais experiente e, no meio da festa, o colega o abandonou e teve que terminar
sozinho. Foi o início de sua vida como artista e sanfoneiro.
Tocava
em todas as comunidades, principalmente no povoado de Palmeiras onde havia
muitos pastoris nos sábados. Gostava de tocar no Pastoril. As moças começavam a
dançar, então, o cavaleiro oferecia, na época, por exemplo, dez contos para
dançar com uma pastora escolhida. Outro concorrente oferecia doze contos para
aquele parar de dançar. Assim, no final da festa, o dinheiro recolhido era
dividido com o sanfoneiro. Foi um tempo que não havia maldade, desavenças, as
pessoas respeitavam as outras.
Em
1935, ele teve uma experiência muito ruim. Tinha estourado a revolução e no
engenho só tinham notícias vagas, não sabiam o real perigo que aquilo
representava. Seu Tião veio a Ceará-Mirim com três amigos para fazer uma visita
ao seu pai que se encontrava no Lazareto, que era um leprosário. Quando falou
com o pai, este o aconselhou para que não passassem no mercado, pois estava
muito perigoso. A curiosidade dos jovens foi maior e eles resolveram passar pelo
local. Chegando lá foram abordados por um sargento do exército revolucionário
que estava acampado na antiga delegacia.
Foram
levados para a delegacia e receberam rápidas instruções de como manuseariam os
rifles e para espanto de Seu Tião, o sargento entregou-lhe um bornal com 40
balas e disse-lhe que iriam atacar Touros bem cedo, mas antes ficariam de
guarda na ponte de ferro sobre o rio Ceará-Mirim.
Qualquer
carro que cruzasse a ponte era para atirar, com exceção de Juca Fonseca. De
madrugada, um frio de medo e de temperatura o deixava trêmulo, até que apareceu
um carro e o soldado de sentinela o mandou para a ponte a fim de interceptar o
veículo. A ordem era atirar nos pneus. Para sorte de seu Tião, o carro era de
Juca Fonseca e ele escapou do primeiro tiroteio.
Quando
chegaram pela manhã na delegacia, ele pediu ao sargento para ir tomar um café na
casa de seu tio que ficava ali perto. O sargento o fez prometer que voltaria e
o deixou ir. Ao sair da delegacia ele tomou o caminho de casa de uma carreira
só e quando chegou no engenho Guanabara soube que a revolução tinha terminado e
que os soldados tinha sido dominados em Ceará-Mirim, embaixo de um forte
tiroteio, que foi escutado por ele, quando fugia, assim escapou do segundo
tiroteio.
Apresentação do Congo de Guerra em 06/12/2011
Quando
criança, aos Oito anos, brincava no Congo de Saiote do pai João da Rocha. O
Congo é um folguedo popular que faz referências às lutas medievais e embaixadas
a soberana africana Jinga. Aprendeu as jornadas e músicas do brinquedo com seu
pai, quando ia para o roçado. Iniciou no brinquedo como marujo no final da
fila.
Em
1934 recebeu do pai a responsabilidade de não deixar o brinquedo morrer. Assim
o fez. São (78) setenta e oito anos lutando contra a ignorância, a falta de
incentivo e, principalmente, pela preservação daquela tradição centenária,
pois, existe desde 1900 quando foi criado pelo velho João e o ex-cativo Pedro Macenas.
Conhecer
o Mestre Tião é uma viagem à história de Ceará-Mirim. Sua simplicidade nos faz
sonhar, imaginar e viajar em seus contos, nas histórias da bagaceira, sentindo
o cheiro da cana, ouvindo o barulho das máquinas e o cantar das rodas do carro
de boi.
Minha
relação com o artista já somam 13 anos. Nesse período temos travado muitas
lutas pela valorização e reconhecimento de seu esforço para manter seu grupo
folclórico vivo.
Em 2007 a Fundação
Roberto Marinho, através do Canal Futura fez um documentário sobre o Mestre. As
filmagens aconteceram na comunidade de Tabuão no mês de setembro. O
documentário foi “A beleza do meu lugar” e foram escolhidas 16 figuras populares
em todo o Brasil. O documentário do Mestre Tião Concorreu ao XIX Festival de
Curtas de São Paulo.
Em função do
documentário a Fundação Roberto Marinho mandou pintar um painel do Mestre Tião
na galeria de sua sede no Rio de Janeiro.
Coordenadora do Canal Futura Nordeste Ana Amélia em frente ao painel de Mestre Tião - RJ
Ainda em 2007 as
meninas do Projeto Vernáculo fizeram o documentário sobre o mestre e o Congo de
Guerra, que concorreu no Festival de Curtas Potiguares.
Em 2009 inscrevemos o
Mestre no Programa da Fundação José Augusto “Patrimônio Vivo do Rio Grande do
Norte”, onde o mesmo foi selecionado, recebendo uma bolsa mensal pro resto de
sua vida.
Ainda em 2009, concorreu
à premiação do “Culturas Populares Mestre Dona Isabel” do Ministério da
Cultura. Ele foi selecionado entre mais de 2000 candidatos em todo o Brasil.
Infelizmente até hoje não recebeu a premiação. Atualmente estamos reivindicando
junto ao Ministério da Cultura o pagamento do prêmio.
Valorizando a cultura
popular e suas figuras importantes, os vereadores Ronaldo Venâncio e Julio Cesar
fizeram duas homenagens ao mestre. O primeiro o homenageou na Câmara Municipal
em seu mandato anterior e o segundo, o fez, na comunidade de Massangana
juntamente com o mestre José Baracho já falecido. Ainda restam algumas
esperanças com relação a preservação de nossas manifestações populares. Uma
prova que a cidade tem muitos talentos, e com um pouco de sabedoria e
compromisso, podem explodir para o mundo. Como diz meu amigo Pedro Simões, nosso
presidente da ACLA, “CEARÁ-MIRIM TEM JEITO!!!”
Diante de toda essa
linda história, temos obrigação de reverenciar esta figura tão importante para
a cultura do Brasil e agradecer pelo que fez pela preservação de nossas
manifestações populares, através do folguedo Congos de Guerra – como ele mesmo
diz: “sou feliz e morro satisfeito por
ter preservado esse brinquedo”.
Ave,
Ave, Ave, MESTRE TIÃO!!! Que sua luta nos contagie, fortalecendo ainda mais
essa vontade de” fazer e fazer”... “Qualquer hora chegaremos lá!!!”
sábado, 19 de maio de 2012
COLÉGIO DE SANTA ÁGUEDA
Em 1987 o Colégio de Santa Águeda comemorou o
seu Jubileu de Ouro e, naquele ano, foi prestada uma homenagem ao fundador do
colégio, o ex-prefeito de Ceará-Mirim, o senhor Mirabeau da Cunha Melo.
A escola era dirigida pela Irmã Maria Regina
Pacis e, a programação pelo cinquentenário foi muito bem organizada entre os
dias 27/08 a 04/10/1987. Show com o cantor Silvio Brito, abertura dos XV Jogos
Internos, Sessão Solene com Seresta, Celebração Eucarística e apresentação do
Coral da UFRN, Festa de São Francisco e apresentação da Orquestra Sinfônica do
RN.
Durante a homenagem ao ex-prefeito Mirabeau
da Cunha Melo, seu filho, professor Manoel Benício de Melo Sobrinho proferiu um
discurso de agradecimento onde faz uma viagem no tempo, nos informando toda
história da fundação do colégio.
Nestes 75 anos de fundação da instituição de
ensino, é interessante que os cearamirinenses conheçam parte dessa história
através do discurso no professor Manoel Benício de Melo Sobrinho, na sessão
magna promovida no dia 02 de outubro de 1987:
“Esta solenidade marca um momento histórico
no calendário desta cidade de Ceará-Mirim – O Cinquentenário da Fundação do
Colégio Santa’Águeda.
Os acontecimentos têm sua crônica, o registro
de circunstâncias, de fatos, de ocorrências que definem a época, identificam o
ambiente e os impulsos humanos que fazem germinar as ideias, os projetos e
afinal as realizações.
O acontecimento que se celebra nesta noite
memorável e alegre, é muito grato ao povo acolhedor desta cidade e,
particularmente cheia de recordações para quem viveu e acompanhou, embora ainda
criança, os primeiros passos para a conquista e implantação deste
empreendimento.
Foto provavelmente no início da década de 1940
No centro padre Amâncio Ramalho e irmã Gabriela
Tudo aconteceu em 1937. Meu Pai, Mirabeau da Cunha Melo, exercia a honrosa missão de governar Ceará-Mirim como prefeito nomeado e depois eleito pelo sufrágio de seu povo em eleição democrática e pacífica.
Naqueles anos, a receita modesta d
prefeitura, originária de uma economia sacrificada pelas dificuldades de uma
agricultura canavieira sem proteção oficial, e de um comércio limitado ao
círculo carente da vida interiorana, não lhe alimentava a esperança de
realização dos planos desejados para desenvolvimento do município e da cidade.
Mas, jamais a compreensão, a convicção e a força de superar esse cenário de
limitações, o inibiu de realizar, pelo menos, alguma das prioridades mais
reclamadas pelo município. E sua iniciativa, na ordem dessas prioridades,
levou-o a decidir pela implantação de um Colégio para a formação pedagógica dos
jovens filhos da terra.
Lançada a ideia com propósitos firmes e
obstinados, encontrou de imediato, como não podia deixar de acontecer, o apoio
irrestrito da população e de suas forças de liderança.
Na época, a atividade escolar em Ceará-Mirim
resumia-se ao ensino primário pelo Grupo Escolar. Além deste, algumas escolas
particulares se preocupavam também com o
ensino primário e a preparação para os exames de admissão ao curso secundário
nos Colégios de Natal. Dois nomes me sugerem indispensáveis menções por
evocarem presenças luminosas de inteligência e dedicação pedagógica na paisagem
cultural da Cidade de então. Ambos professores, escritores e poetas de rara
sensibilidade e que inscreveram seus nomes além do cenário local para se projetarem
à admiração e à exaltação do Estado e do país. Adelle de Oliveira, educadora
nata e devotada de muitas gerações e Abner de Brito, espírito lúcido e de
convicções filosóficas, dominando fluentemente o Francês e o Inglês com
aprofundados conhecimentos da Língua Portuguesa e do Latim. Ambos, como disse,
poetas e escritores, hoje presentes na saudade e no reconhecimento de quantos
como eu, que receberam desses mestres inesquecíveis as lições introdutórias da
formação para o trabalho e para a vida.
Nesse ambiente provinciano, o objetivo do
idealizador do futuro Colégio Santa Águeda, consistia em favorecer o estudo em
grau médio e profissionalizante aos jovens da terra que não tinham recursos
para acompanhar outros jovens mais afortunados que se destinavam aos Colégios
de Natal.
E assim foi pensado, assim haveria de ser
feito. O Colégio a ser criado, segundo a sua vontade, teria a direção e
responsabilidade didática de uma Ordem Religiosa, para que a educação
pretendida, de formação profissional, para o magistério, fosse embasada na
formação religiosa-cristã.
Não bastava simplesmente a criação de um
Colégio na sua expressão simples, mas, para os objetivos idealizados, era
preciso criar um educandário que, de par com o ensino específico como Escola
Normal, concorresse, sobretudo, para a formação da personalidade dos jovens
futuros alunos, imprimindo-lhes as noções dos valores reais e fundamentais da
vida e da sociedade.
Uma formação que além de inspirar os
elementos indispensáveis ao desempenho consciente do exercício profissional,
contribuísse, paralelamente, para uma compreensão objetiva e equilibrada dos
deveres morais, cívicos e religiosos, indispensáveis ao senso de
responsabilidade e integridade profissional.
Só assim o projeto se completaria nos fins
para cumprir sua missão, coerente com a vontade e propósito do seu idealizador.
Lembro-me, ainda, na evocação dos diálogos
captados, inconvenientemente, pela curiosidade infantil, e mais tarde
confirmadas por meu pai, que o nosso Bispo da época, Dom Marcolino Dantas,
apesar do aval entusiasmado e confiante do Cônego Celso Cicco, vigário desta
cidade, não se rendera fácil a ideia de responsabilizar uma ordem religiosa
para a direção do Colégio. Achara o projeto audacioso e temia, prudentemente,
por um insucesso. Mas, se vacilou por algum tempo, não vacilou por muito tempo
e, oportunamente, acabou por concordar, aprovar e autorizar a Ordem das
Franciscanas do Bom Conselho, para assumir o desafio de implantar o Colégio e
lhe dirigir os destinos.
Primeira turma do Ginásio Santa Águeda - 1938
A segunda da esquerda para a direita em segundo plano é Celina Ferreira
Em baixo a da esquerda para a direita,a 2ª é Mara Cabral e 3ª Lourdes Moura
Os meios materiais, todavia, já estavam
assegurados para o começo de vida difícil e desafiadora da missão pelas irmãs.
Atitudes generosas e altamente solidárias marcaram ponto alto nesse momento. O
industrial Onofre José Soares Junior, ofereceu a casa de sua residência – hoje
o velho sobrado ao lado deste novo edifício. À época uma das melhores
residências da Cidade, antiga morada do genro do Barão de Ceará-Mirim. O
Coronel Onofre Soares renunciou, assim, a sua própria casa para fixar
residência no prédio senhorial do Engenho Cruzeiro de sua propriedade. Gesto
digno de registro pelo exemplo comovente de desprendimento pessoal e espírito
de colaboração com a nobre causa.
Como ele, tantos outros que não devo mencionar-lhes
os nomes para que a memória não cometa, involuntariamente, injustiça de
omissões, ajudaram com o apoio moral e material para que esta obra de tornasse
uma realidade.
Os anos decorridos ao longo dos tempos,
contam o prosseguimento desta história, cujos resultados somos testemunhas
presentes. O antigo embrião triunfou sob as mãos cuidadosas das irmãs
Franciscanas do Bom Conselho, ontem dirigidas pela irmã Maria Gabriela, de
saudosa memória e hoje pela irmã Maria Regina Pacis e suas dedicadas
colaboradoras. A missão de conduzir esta obra no longo espalho de meio século
não é menos meritória do que o gesto de sua criação.
Um dos grandes benfeitores do Ginásio Santa Águeda
Major Onofre Jose Soares Junior
Celebramos nessa homenagem de Jubileu de
Ouro, mais do que tudo, a continuidade produtiva, os louros alcançados, a
capacidade de multiplicar benefícios, de crescer, de consolidar através dos
anos o que, na verdade, foi feito para triunfar sobre as vicissitudes, para
perenizar seus frutos.
O povo de Ceará-Mirim deve às administrações
do passado e do presente deste Colégio, um pleito inestimável de gratidão pelo
muito que deram no sentido do desenvolvimento de sua cultura, no despertar das
inteligências jovens e na preparação das gerações para as tarefas temporais e
espirituais inspiradas na mensagem evangélica.
São passados 50 anos e é com profunda emoção
que relembro o registro de meu nome e de minha irmã Maria Lucia no rol dos
primeiros alunos do Colégio recém-criado. A presença de um varão, entre as
alunas, fora uma deferência especial, uma exceção sem precedentes na rigidez da
tradição que condenava a matrícula masculina nos colégios de freiras. Durante
cinco meses, fui preparado em regime de reclusão e proibido de participar do
recreio com as colegas, para os exames de admissão ao ginásio a serem prestados
em Natal.
Jubileu de Ouro do Colégio Santa Águeda - 1987
Ao concluir estes registros nesta magna reunião que intermeia as festividades do Jubileu de Ouro, a família de Mirabeau Melo, aqui representada por alguns de seus filhos, agradece as manifestações de reconhecimento e aplauso à sua memória, ao mesmo tempo que testemunha e saúda nas irmãs – administradoras e docentes deste Colégio , representadas por essa extraordinária educadora irmã Regina Pacis, a energia, a determinação e sabedoria com que é e sempre será, o nosso vitorioso Colégio Santa Águeda.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
FOTOPOEMA NOSSO LAR
Não consegui resistir ao encanto do poema da amiga Mariza Roque (mãe da também amiga Edvane Roque) e o transformei em um FotoPoema com minha singela fotografia...


DE AMOR SEM NOME
Lamparina na janela, cumprindo sinal.
Foi chegando, avistando e se
apeando. Ali mesmo, cuidou de amarrar a montaria, escondida nos velames da
cerca. De moita em moita, foi tomando chegada no oitão. Cachorrada dormindo com
chá de liamba. Tudinho correndo nos bons conformes. Pôs-se detrás do pau d’arco,
a dez braças da casa. (...)
Tudo começado por simpatiazinha
calada que – mais por arte dela – foi virando namoro escondido. Coisa de longe,
embora apaixonada, no modo antigo de sorrir piscos e acenos. Moça presa e
vigiada em casa de inimigo, quase nem dando pra trocar suspiro, quem dirá,
palavra. E naquilo também se regalava de enganar o sabichão do
bicho-de-lama!...
(...) Arremedou a mãe-da-lua,
escritozinho. Nenhuma resposta. Assobiou de novo. Nada ainda. Na terceira, a
luz mexeu-se em cruz, depois se apagou. Tudo certinho no combinado. Era agora
ou nunca mais!...
Com pouco, pisadas chegando no
piçarro do terreiro. Ao seu ouvir, faziam todo o barulho do mundo!... Vultinho
formoso dela, trajada de homem, cabelo arrumado em cocó. Moça corajuda, aquela;
danada de esperta, disposta no gostar!... No arrocho do abraço, sentiu-lhe o
coração desembestado. Mesmo no aperreio da hora, apreciou aquilo, agradecido de
tamanha benquerença.
Não dera para arranjar cavalo.
Nisso contrariou-se, mas nem quis aclaração. Desistir, fativo que podia; mas
ela, de ansiosa, não querendo... Roxim, seu burro, mulo acavalado, era de força
e confiança. Sendo ela pequenina...
(...) Informa qual a feição de
cara e tope de corpo? Gente conhecida daqui mesmo? Precisando de remediado?
Vizinho de divisa quase sempre se inimiza... Alguma razão sabida ou porém
segredoso?
Mas qual bisbilhotar, seu coronel!?...Qualquer
coisa informada que seja de ajuda, fica sendo da minha inteira conta...Se
malpergunto é pelo ofício de rastreador. Pois sabendo donde veio, melhor
calculo adonde vai. Como bem, sendo daqui, nascido e criado, conhecedor de
atalhos e esgalhos, fica mais dificultoso...
(...) Não se arrelie, que a gente
já-já embisaca a parelhinha fujona. Tomara que antes do malcometido. Rastear é
arte meio ronceira, mas bem afiançada. Rasto bem seguido finda sempre no
fugido. Mas, além de olho e tino, carece de paciência. Teje calmo, pois que,
hora dessas, aperreio nunca ajuda.
(...) Taí o pouso! Foi de quando
fizeram padarada, no pino do meio-dia; sombreando fresca nesta beira de riacho.
Ali se apearam... Acolá aguaram a montaria... Depois se chagaram praqui. Nesse
canto, estiveram bem de frente-a-frente...semelha que foi abraço... Espie,
somente as pontinhas dos pezinhos dela, aqui entre os dele; salto da bota mais
bem firmado. Pelo visto. Quem atracou foi ela!!...
Tá certo coronel, desculpe! Se
faz tanta questão, prometo não mais destrinchar revelações de certas miudezas.
Deixe ver...Daqui, foram prali... Vige, danou-se! Espie bem daqui, debaixo
dessa moita... Ai, ai-ai, que se afigura em desgraça feita, coronelzinho! Ah,
foi que foi!... Ficou tudo escrevinhado aqui na arei. Repare que são de machos
estas marcas afundadas. Cá estão as duas baixas dos joelhos e as cavas dos
cotovelos. Sinais mais rasos são de mulher. Dá bem pra ver o ciscado de
calcanhares, o espojeiro dos quartos e até o varrido do cocó!...
Horinha do sol posto, morcegos
doidejando, deram com eles, nas capoeiras profundas. Quase chegados na divisa
do Paraíso; gemendo sem dor, debaixo doutra moita. Indo longe...
E haja-pau cantou redobrado (...)
O final??
Lendo o livro LUGAR DE ESTÓRIAS
de Bartolomeu Correia de Melo
ENCONTRO DE HERÓIS
Bom dia a todos!
Próximo domingo estaremos festejando os 98 anos de Mestre Tião Oleiro. Serão momentos inesquecíveis, quando ouviremos o som do velho pé de bode de mestre Tião, acompanhado, do não menos popular, Mestre Joaquim (89 anos), com seu inseparável cavaquinho. Lembraremos velhas canções do Congo de Guerra, ameaçadas pelo esquecimento popular. Infelizmente, nosso saudoso Mestre Zé Baracho, não poderá está fisicamente conosco, em junho passado, encantou-se e estará cantando seu romances em outras dimensões....
Foto pelos 96 anos do Mestre Tião em maio de 2010.
Mestre Zé Baracho, Mestre Joaquim, Gibson Machado e Mestre Tião.
VIVA A CULTURA POPULAR!
CEARÁ-MIRIM TEM JEITO!!!
Próximo domingo estaremos festejando os 98 anos de Mestre Tião Oleiro. Serão momentos inesquecíveis, quando ouviremos o som do velho pé de bode de mestre Tião, acompanhado, do não menos popular, Mestre Joaquim (89 anos), com seu inseparável cavaquinho. Lembraremos velhas canções do Congo de Guerra, ameaçadas pelo esquecimento popular. Infelizmente, nosso saudoso Mestre Zé Baracho, não poderá está fisicamente conosco, em junho passado, encantou-se e estará cantando seu romances em outras dimensões....

Foto pelos 96 anos do Mestre Tião em maio de 2010.
Mestre Zé Baracho, Mestre Joaquim, Gibson Machado e Mestre Tião.
VIVA A CULTURA POPULAR!
CEARÁ-MIRIM TEM JEITO!!!
quinta-feira, 17 de maio de 2012
CAVACO CHINÊS
O
CAVACO CHINÊS
Outro
dia estava na praia de Maxaranguape e ouvi um “tingo lingo lingo”... falei para minha filha que era o som do
vendedor de cavaco chinês. Voltei ao tempo de menino e corri para localizar de
onde vinha o som, daí, comprei alguns pacotes da guloseima e distribuí com a
turma que estava proseando no alpendre de casa.
Ninguém
conhecia a tal guloseima que me deixara tão eufórico. Expliquei que o cavaco
chinês era um tipo de biscoito muito fininho feito de farinha de trigo, e que,
segundo o folclorista Teo Brandão, “parece que feita exclusivamente para aguçar a fome - com um
baú cilíndrico às costas e a agitar o característico triângulo numa
inconsciente aplicação prática da ação do som sobre a secreção salivar, vibrava
nesses tímpanos e espremia nossas glândulas salivares enquanto anunciava:
- Ôie o
cavaquinho chinês".
O cavaco chinês era muito comum no tempo de minha infância. O
vendedor passava pelas ruas tocando seu triângulo feito de ferro e oferecendo a
casquinha doce, parecendo casquinha de sorvete, só que muito mais gostosa.
Dizem que o baião de velho “Lua” foi inventado depois ele viu um
vendedor de cavaco chinês tocando seu triângulo pelas ruas. Daí, Gozaga
introduziu o Zabunda e o triangulo à sua sanfona e deu no que deu.
Ceará-Mirim também teve essa figura tão popular, Inacio Magalhães
de Sena, inclusive ele fala sobre isso em seu livro “Memórias quase líricas de
um ex-vendedor de cavaco chinês:
“Lata passada com tira de
couro nas costas, triângulo e ferrinho na mão, eu descia e subia as ruas do
Ceará-Mirim. Além do toque “clássico” eu fazia mil variações.
A grande
esperança de que vende bagana é o choro das crianças que obriga as mães a
comprar. Tinha um velho que gritava assim: “Chora menino, pra comprar cacete
doce”!
Outras
pessoas por gaiatice, chamavam cavaco chinês de “casca de pau”. E assim,
tocando triângulo, eu marquei um período lírico de minha vida. Eu era agente de
Deus e grande clown desta mágica terra do rio da água azul”.
Seria muito importante que pudéssemos reviver e saborear as velhas
tradições de nossa culinária, tipo, alfenim, mariola, tareco, cavaco chinês,
pirulito de pauzinho, rolete de cana, cestinha de castanha e tantas outras
guloseimas....essas delícias que foram
se perdendo com o progresso e o dinamismo da cidade.
Vila do Bispo comemorou o "Dia Internacional dos Monumentos e Sítios"
![]() |
O aluno Adelmo, da Escola Básica do 1.º Ciclo de Vila do Bispo da turma 2.º/3.ºB, apresentando o projeto “Onde se fala Português”, auxiliano pelo Artur de Jesus (historiador da Câmara Municipal). No palco, compondo a mesa, estão: Exmo. Presidente da Câmara Municipal - Sr. Adelino Soares; Sra. Maria Conceição Câmara (Ceicinha Câmara) - criadora e dinamizadora do Blog “Notícias da Lusofonia”, brasileira, poeta e ativista cultural e a Diretora Regional de Cultura do Algarve - Dr.ª Dália Paulo. Comemorou-se no passado dia 21 de abril o “Dia Internacional dos Monumentos e Sítios” com o título “Vila do Bispo, o Cabo do Mundo, lugar de encontros” no Auditório do Centro Cultural de Vila do Bispo, região Algarve - Portugal. ![]()
A cabo-verdiana "Diolanda" vestida à caráter.
Através da evocação da partida de uma Caravela, da zona do Cabo de São Vicente, no dia 22 de Março de 1455, que rumou à costa Ocidental de África, mais concretamente à Guiné, fez-se um percurso pelas Descobertas Marítimas Portuguesas e pelo Património Cultural a que deram origem em vários pontos do globo terrestre, pelas visões do Mundo, por parte dos Portugueses e dos Povos por eles conhecidos, terminando com uma reflexão sobre a presença na comunidade local, nos nossos dias, de elementos da Comunidade Lusófona. O grande objetivo deste evente foi a celebração da Pessoa como Monumento e Património. O ponto alto da iniciativa foi a apresentação do projeto “Onde se fala Português” da autoria de 3 alunos da Escola Básica do 1.º Ciclo de Vila do Bispo da turma 2.º/3.ºB que, orientados pelas docentes Andréa Duarte e Ângela Almeida, o fizeram perante uma plateia de 30 pessoas. Os pequenos alunos deram a conhecer, também, todas as informações recolhidas (situação geográfica, clima, bandeiras nacionais, capitais, potencialidades económicas, natureza e a fauna) sobre os Países onde se fala a Língua Portuguesa: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e Brasil. Não foram, igualmente, esquecidos os territórios indianos (Goa, Damão e Diu) e a cidade de Macau. Esta celebração, festiva e colorida, da lusofonia foi, ainda, abrilhantada com a apresentação de objetos do norte de Moçambique, com a participação da poetisa "Ceicinha Câmara", de Ceará-Mirim/RN - Brasil, declamando uma poesia de sua autoria, bem como com a declamação de alguns poemas (com especial destaque para os de Fernando Pessoa) por parte de alguns adultos e crianças, relacionados com o tema do Patrimônio Mundial Português no Mundo e com a sua continuidade na nossa Comunidade Local, neste caso de Vila do Bispo.
VEJA A PARTICIPAÇÃO DE
CEICINHA CÂMARA NESTES LINKS DO
YOU TUBE QUE ESTÃO ABAIXO:
No 1º vídeo, Ceicinha Câmara (mediadora do blogue: NOTÍCIAS DA LUSOFONIA) foi convidada para participar deste evento, por ela ser brasileira e esta radicada já a 9 anos em Vila do Bispo, pois o grande objetivo deste evento foi a celebração da PESSOA como Monumento e Património. Ceicinha falou um pouco sobre sua cidade brasileira (Ceará-Mirim/RN) e citou algumas coincidências relacionadas entre sua cidade e Vila do Bispo, demonstrando seu amor e carinho por este Concelho da Região do Algarve - Portugal. A Ceicinha estava um pouco nervosa, mas como a maioria do público era composto por crianças da escola primária de Vila do Bispo, ela tentou ser clara, simples e rápida.
Neste vídeo, o Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Sr. Adelino Soares agradece aos presentes e diz à Ceicinha Câmara que... "se ela gosta de cá está, nós também gostamos que ela cá esteja e que fique cá por muito tempo, não só ela, mas todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, são de outros países, mas tem este vínculo conosco, que é a língua portuguesa. Não só a língua portuguesa, mas a forma de estar no sítio onde estamos". Em seguida a Ceicinha recitou uma poesia que conta um pouco da história do Infante Dom Henrique, a mais importante figura portuguesa do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.
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Daniel Torres
Artista cearamirinense apresentando sua arte para o mundo.
http://in360.globo.com/rn/noticias.php?id=10452
Artista cearamirinense apresentando sua arte para o mundo.
http://in360.globo.com/rn/noticias.php?id=10452
Pérola encontrada nos velhos arquivos...
Jornalzinho manuscrito “A
Esperança”, nº 36, publicado em 25 de março de 1907, pelas poetisas Etelvina
Antunes e Izaura Carrilho.
O jornal “A Esperança” teve sua
primeira edição em 25 de março de 1903. Era manuscrito e exclusivamente editado
por mulheres cearamirinenses.
Abaixo um soneto da colaboradora
Eunice Rangel..
SONETO
Eunice Rangel
Lucro cantar ao som da tua falla,
Toda a ventura e célica alegria,
Que o meu coração acaricia,
E a doce esperança, que me
embala.
E quero ouvindo rios de prazer,
Sob o fulgor do teu olhar
ardente,
Recordar o passado
simplesmente...
Hei de sonhar, feliz hei de
viver.
Será a vida sorridente aurora.
Um perfumoso lyrio – o coração,
Que o orvalho da ventura
irrora...
É tarde! A noite é lúgubre e
sombria...
Eu apenas pedia inspiração,
Para compor um hinno de alegria.
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