A MATRIZ DA IMACULADA CONCEIÇÃO (por Inácio Magalhães de Sena)
Ceará-Mirim município e matriz nasceu no ano de 1858 – quatro anos depois que o beato papa Pio IX proclama solenemente o dogma da Imaculada Conceição.
Foi o grande missionário frei Serafim de Catânia – nascido nessa cidade da Sicília e lançador da pedra fundamental do templo - o incentivador do culto a Nossa Senhora da Conceição. Essa devoção fez anular a dedicação a Santa Águeda, titular da casa de oração da rua Grande, cujo nome ficou consagrado ao cemitério.
A padroeira, Nossa Senhora da Conceição, teve sua imagem comprada “na cidade da Bahia” em 1858, mesmo ano da fundação, sendo de origem francesa e adquirida com doações do povo da vila. A imagem de Santa Águeda, hoje a mais antiga da matriz, foi doação da família Sobral, também fundadores do município. Uma imagem também antiga, a de Nossa Senhora do Rosário, foi doada à família Correia e, após uma geração, retornada à igreja. Outras belas imagens, em estilo mais moderno, ocupam os nobres altares; melhor mostrá-las que descrevê-las. Por doação de fiéis, diversas imagens tinham jóias de ouro ou prata – resplendores, brincos, trancelins e outros adereços religiosos – todas hoje desaparecidas. Não se sabe o nome dos padres que, com ou sem autorização dos bispos, se desfizeram desse patrimônio artístico.
Sem dizer detalhes das obras e do término da construção da matriz, existentes nos livros, venho destacar, dentre outros, alguns doadores do patrimônio paroquial, como o português Bento Viana, o coronel Onofre José Soares, o barão do Ceará-Mirim e o padre Antônio Antunes de Oliveira.
Louvo aqui, por testemunho pessoal, o senhor Milton Varela, grande benemérito da matriz. Lembro o monsenhor Celso Cicco, pároco da minha juvenfância, no encanto da festa da Padroeira e a magia do mês de maio, que afogava a igreja num mar de flores. Ah, a beleza da liturgia latina, chamando Nossa Senhora de tudo que é nome bonito!... A festa profana em torno da matriz, com cheiro de caju, carbureto e caranguejo, como dizendo que pobre e cachaceiro também são filhos de Deus.
Hoje, meu coração está traspassado por sete peixeiras, por ter a vida me expulso desse paraíso. E aqui gostaria de criar uma saudosa ladainha.
Hilda Varela Burity.
– Rogai por nós.
Dona Anita de Dr. Canindé.
- Rogai por nós.
Isabel Poty.
- Rogai por nós!
Idalina Correia Pacheco.
- Rogai por nós.
Gracilde Correia de Melo.
– Quero encontrá-las no céu!
Foi o grande missionário frei Serafim de Catânia – nascido nessa cidade da Sicília e lançador da pedra fundamental do templo - o incentivador do culto a Nossa Senhora da Conceição. Essa devoção fez anular a dedicação a Santa Águeda, titular da casa de oração da rua Grande, cujo nome ficou consagrado ao cemitério.
A padroeira, Nossa Senhora da Conceição, teve sua imagem comprada “na cidade da Bahia” em 1858, mesmo ano da fundação, sendo de origem francesa e adquirida com doações do povo da vila. A imagem de Santa Águeda, hoje a mais antiga da matriz, foi doação da família Sobral, também fundadores do município. Uma imagem também antiga, a de Nossa Senhora do Rosário, foi doada à família Correia e, após uma geração, retornada à igreja. Outras belas imagens, em estilo mais moderno, ocupam os nobres altares; melhor mostrá-las que descrevê-las. Por doação de fiéis, diversas imagens tinham jóias de ouro ou prata – resplendores, brincos, trancelins e outros adereços religiosos – todas hoje desaparecidas. Não se sabe o nome dos padres que, com ou sem autorização dos bispos, se desfizeram desse patrimônio artístico.
Sem dizer detalhes das obras e do término da construção da matriz, existentes nos livros, venho destacar, dentre outros, alguns doadores do patrimônio paroquial, como o português Bento Viana, o coronel Onofre José Soares, o barão do Ceará-Mirim e o padre Antônio Antunes de Oliveira.
Louvo aqui, por testemunho pessoal, o senhor Milton Varela, grande benemérito da matriz. Lembro o monsenhor Celso Cicco, pároco da minha juvenfância, no encanto da festa da Padroeira e a magia do mês de maio, que afogava a igreja num mar de flores. Ah, a beleza da liturgia latina, chamando Nossa Senhora de tudo que é nome bonito!... A festa profana em torno da matriz, com cheiro de caju, carbureto e caranguejo, como dizendo que pobre e cachaceiro também são filhos de Deus.
Hoje, meu coração está traspassado por sete peixeiras, por ter a vida me expulso desse paraíso. E aqui gostaria de criar uma saudosa ladainha.
Hilda Varela Burity.
– Rogai por nós.
Dona Anita de Dr. Canindé.
- Rogai por nós.
Isabel Poty.
- Rogai por nós!
Idalina Correia Pacheco.
- Rogai por nós.
Gracilde Correia de Melo.
– Quero encontrá-las no céu!
Fonte: Ceará-Mirim, tradição, engenho e arte. Ed. 2005 - Sebrae
Gibson é muito bom acessar teu blog e fazer leitura da nossa historia, esse texto de Inácio Magalhães é uma viagem a um tempo tão nosso ! deveria ser leitura obrigatoria a todos os filhos de Ceará Mirim. Um abraço do amigo Rossine Cruz
ResponderExcluirOi, Gibson. Parabéns!! O blog está cada vez melhor.
ResponderExcluirExcelente o texto de Inácio. Tive o prazer de conviver com ele, fomos da mesma época. Inácio é uma pessoal inesquecível.
Um braço do teu pai.
Jadson