Adele de Oliveira (Álbum de versos antigos)
Que vale um beijo? Eu te pergunto. Nada,
Talvez respondas: entretanto eu digo
Que vale muito, casto, puro e amigo,
Se cai de manso numa fronte amada.
Contam que, outrora, quando a boa fada
Nas criancinhas procurava abrigo,
No lar do rico ou mesmo do mendigo,
E em mendiga sempre transformada.
Ao pé do berço, então, se ajoelhava
E na criança, calma, adormecida,
Depunha um beijo que a facilitava.
Por isso eu faço o que a amizade excita,
Beijo-te a fronte e sonho, ó flor querida,
Que um beijo meu também te felicita.
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